O carioca Alfredo Dias Gomes, filho dos famosos novelistas Dias Gomes e Janete Clair, estudou com o lendário percussionista Don Alias (1939-2006) em Nova York – Alias foi um dos músicos do não menos lendário disco Bitches Brew (1970), de Miles Davis, e tocou também com Nina Simone. De lá para cá, Alfredo tornou-se um instrumentista versátil e participou de bandas pop, como Heróis da Resistência, entre outras experiências.
Agora, maduro e calejado, o baterista resolveu revisitar uma série de clássicos jazzísticos com um quinteto: além dele, Jessé Sadoc (trompete), Widor Santiago (sax tenor), Jefferson Lescowich (baixo) e Lulu Martin (teclado).
Dias Gomes vai do bebop de A Night in Tunisia (Dizzy Gillespie, 1941) ao blues de Solar (Miles Davis, 1954), passando pelo jazz orquestral de Cherokee (consagrada por Charlie Parker e Duke Ellington) e Caravan (obra-prima de Duke Ellington), chegando ao soul jazz de Red Clay (de Freddie Hubbard, de 1970) e ao free jazz de Footprints (Wayne Shorter, de 1966). Não há nenhuma facilidade para um baterista na seleção.
O entusiasmo e a aplicação são a marca das sessões do disco Jazz Standards. Reverentes aos originais, dedicados a mostrar rigor e “pegada”, os músicos da banda de Dias Gomes acabam fazendo uma adorável playlist orgânica para se ouvir em momentos de refletir e meditar.
Jazz Standards. De Alfredo Dias Gomes. Independente.