“Visão”, de Celso Borges, celebra os 93 anos do poeta Bandeira Tribuzi

0
2187
Visão. Capa. Reprodução
Visão. Capa. Reprodução

Continuando sua série “Poéticas afetivas”, que já conta com seis títulos publicados, Celso Borges lança mais um livrinho-poema neste domingo, 2 de fevereiro, dia de Iemanjá em que o poeta Bandeira Tribuzi completaria 93 anos.

José Tribuzi Pinheiro Gomes, autor de “Louvação a São Luís”, hino da capital maranhense, faleceu, vítima de enfarte, no exato dia em que sua cidade natal completava 365 anos. Foi também jornalista, economista de formação marxista, e seminarista, tendo estudado em Portugal.

“Alguma existência” (1948), seu livro de estreia, é considerado marco inaugural do Modernismo no Maranhão. Bandeira Tribuzi também dá nome a uma importante ponte da capital, que liga o bairro da Camboa, na região central da ilha, ao Jaracaty, no lado da chamada cidade nova (mais vertical).

O livreto que Celso Borges lança neste domingo apresenta o poema “Visão” – originalmente publicado em “Belle époque” (2010) – ilustrado por fotografias de Edgar Rocha (do memorial que leva o nome do poeta) e projeto gráfico de Cláudio Lima. O poema passeia por episódios da breve biografia de Bandeira Tribuzi e, à época de sua publicação original, ganhou vídeo de André Lucap.

Celso Borges, que trabalha num documentário sobre Bandeira Tribuzi, já havia se dedicado a sua obra no disco “Pão geral – Tributo a Tribuzi” (2017), que produziu com poemas dele musicados por nomes como Bruno Batista, Chico Maranhão, Giordano Mochel, Sérgio Habibe e Zeca Baleiro, além de intérpretes como Cláudio Lima, Marcos Magah, Mônica Salmaso e Rita Benneditto, entre outros.

Leia um trecho do poema “Visão”:

“Vi Bandeira, a meio-pau
cabisbaixo cutucando calçadas na Estrela
batucando tambores do Congo no precipício
muitos meses depois do sesquicentenário
da independência do Brasil oficial
vi Bandeira no desterro
Maiakovski tardio
sem versos futuristas
sem bala no peito
chorando pelo velho Maranhão Novo
não o vi no Mercado Central
não o vi na Avenida Marechal
Castelo Branco, bobo da corte na redação do jornal
ou capinando mato vivo no ex-futuro memorial
morto
não o vi recitando versos lusos de Guerra
Junqueiro e coisa e tal
nem rasgando sua batina de franciscano
no velório de Fernando Pessoa”

Serviço
A manhã de autógrafos acontece neste domingo (2), às 11h, no Botequim da Tralha (Rua Godofredo Viana, Edifício Colonial, loja 8, Centro), em meio ao clima de folia pré-carnavalesca que já toma conta da capital natal de Bandeira Tribuzi.
PUBLICIDADE

DEIXE UMA REPOSTA

Por favor, deixe seu comentário
Por favor, entre seu nome