A sempre concorrida Japan House, na Avenida Paulista, tem se especializado em exposições ligeiras em termos de permanência. O público entra de curioso, muitos para conhecer o espaço pela primeira vez, e aproveita para ver a mostra em cartaz. Isto é Mangá – A arte de Naoki Urasawa se encaixa perfeitamente nessa definição, apresentando ilustrações, esboços e storyboards do premiado artista japonês. Os mangás são lançados em um ritmo acelerado, um atrás do outro, e consumidos, no Japão, como se fossem a edição de um jornal impresso.
O foco da exposição é Naoki Urasawa, um mestre dos mangás que aos 9 anos já era capaz de produzir esboços robustos e plenos de personalidade. Seu primeiro trabalho profissional foi Beta, de 1983, aos 23 anos. Nascido em Tóquio, o mangaká (artista que desenha mangás) Urasawa constrói personagens complexos que se envolvem em narrativas de mistério, ficção científica ou esportes. Cada mangá traz o episódio de uma história maior, publicada em edições subsequentes. É comum que os autores, com a ajuda de poucos auxiliares, tenham de entregar semanalmente os capítulos seguintes.
A exposição Isto é Mangá, organizado pelo grupo editorial Yomiuri Shimbun (o maior jornal do Japão), já circulou pelas unidades da Japan House em Los Angeles e Londres. As cerca de 600 ilustrações de Urasawa foram traduzidas para o português. Das sete coleções presentes em Isto é Mangá, três já haviam sido publicadas no mercado brasileiro: Monster, 20th Century Boys e Pluto. Fazem parte do acervo de inéditos no Brasil Yawara!, Master Keaton Remaster, Billy Bat e Mujirushi. Este último mangá ainda está sendo escrito, num projeto desenvolvido para o Museu de Louvre.