DJPerera Poucos músicos alcançaram sucesso tão rápido quanto o jovem de 22 anos Lucas Perera da Silva, mais conhecido como DJ Perera. De cada dez funks de sucesso cantados nas periferias do Brasil, oito foram produzidos por ele.

Perera começou a aprender música na Igreja Batista que frequentava quando pequeno. Ao tocar no grupo de jovens, teve oportunidade de se tornar multiinstrumentista. Aprendeu a tocar violão, baixo, bateria e teclado. É fã declarado de Ed Motta, DjavanIvan Lins.

Já foi metalúrgico, editor gráfico, cabeleireiro e auxiliar administrativo, mas foi trabalhando em uma lan house, um dos maiores símbolos da ascensão social nas periferias brasileiras, que Perera deu inicio à sua carreira como produtor musical. Chegava uma hora antes de abrir o estabelecimento para gravar os MCs de funk que ele queria produzir ou daqueles que pediam sua ajuda. Seus equipamentos eram os precários microfones da lan house, os headsets usados pelos jovens para jogar nos computadores.

DJ Perera cobrava pelas primeiras produções uma média de 30 reais. Foi juntando esse dinheiro que comprou seu primeiro computador. Ainda dividindo sua vida entre os empregos e as produções musicais nas horas vagas, Perera fazia vídeos das rodinhas de MCs de funk que cantavam no Parque da Juventude, na zona norte de São Paulo. Tudo ia sendo postado nas redes sociais, mas quando ele encontrava um que despertava seu interesse, Perera o levava para produzir em sua casa.

Foi nessa época que deu um grande passo em direção ao seu sonho  de produtor. Certa vez, quando sua mãe se ausentou por alguns dias, ele invadiu a lavanderia, tirou a máquina de lavar, os varais, armou uma mesa para seu computador e demarcou a área onde seria seu estúdio.

O funk já era uma febre nas periferias e Perera sabia que precisava garimpar bastante para buscar os talentos. Até que um dia ele recebeu um vídeo de um jovem de uns 12 anos, com voz potente e afinada. Era o ainda desconhecido MC Pedrinho. O DJ pesquisou na internet, encontrou a irmã de Pedrinho e agendou para os dois irem em sua casa gravar. Nascia assim o hit “Dom Dom Dom” que marcaria o funk de São Paulo pós-ostentação.

DJ Perera (centro), ao lado dos MCs Juninho Jr e Livinho - Foto: Renato Barreiros
DJ Perera (centro), ao lado dos MCs Juninho Jr e Livinho – Foto: Renato Barreiros

DJ Perera virou o hitmaker da Brasilândia. No seu Top 5, estão “Para Tibum”, de Tati Zaqui, umas das 3 músicas mais tocadas no carnaval de 2015, “Não quero flash”, de Juninho JR, “Na Perereca 2”, de MC Menor da VG, e “Picada Fatal”, de MC Livinho, que foi indicado pelo júri especializado no Prêmio Multishow na categoria novo hit, algo inédito para o funk paulista.

Hoje, tem uma agenda lotada. Até maio, é impossível marcar qualquer coisa com o DJ Perera. Uma produção sua agora custa 100 vezes mais que as primeiras feitas na lan house. E esse valor deve ser ainda multiplicado por 40, a quantidade de produções que ele faz por mês. O MC ainda ganha divulgação em suas redes sociais. Além das produções, Perera cobra 6 mil reais para tocar em bailes funk.

Além de suas produções musicais, Perera é o primeiro DJ de funk de São Paulo a ser conhecido do grande público. Esse fenômeno só havia acontecido antes no Rio, com nomes populares como DJ Marlboro, Cabide e outros. Embora atue nos bastidores, na produção de outros funkeiros, o DJ possui mais de 800 mil seguidores no Facebook. Nos shows, ele disputa a atenção do público dos bailes com os MCs mais famosos, que pedem pra tirar selfies todo o tempo.

Outro feito do DJ foi viralizar o bordão “Cê é loco cachorrera” que colocava no início de suas produções e se transformou em gíria da juventude. O sucesso de Perera é mais uma prova de quanto o mercado musical está longe da fórmula gravadoras e grande mídia. Com as novas tecnologias cada vez mais baratas e as redes sociais disseminadas, um jovem trabalhador mostrou que de uma lan house é possível se tornar um dos músicos mais populares da juventude.

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14 COMENTÁRIOS

  1. Linda história merecedor do sucesso que tem um exemplo prós jovens de que pra ser famoso rico ou bem de vida não precisa desvia seu caminho basta acredita no sonho e percistir sou seu fã cara ✌

  2. Que merda, né? O cara é multi-instrumentista e grava porcarias de funk-carioca? E ainda produz um menino de 12 anos que canta funks proibidões? Um marginal! Confira: http://musica.uol.com.br/noticias/redacao/2015/01/29/mp-quer-proibir-musicas-de-mc-pedrinho-em-todo-o-territorio-nacional.htm
    http://entretenimento.r7.com/pop/fotos/funkeiro-de-12-anos-mc-pedrinho-lanca-proibidao-com-letra-sexual-apos-ter-show-cancelado-pela-justica-02022015

    Esse Pedro Alexandre Sanches… Quando vai compreender que o funk “carioca” é um truque das elites para inibir a participação do povo, incentivando o emburrecimento deste? George Orwell já falava nisso desde a década de 40 do século passado. É a música dos “proletas”, uma porcaria que fas “despensar” (não-pensamento).

    • Merda nada… História de sucesso! Já me desanimei muito vendo muitos músicos reclamando que não dava pra viver de música no Brasil, pois também sou e também tenho um sonho. E você me diz merda? O cara sendo multi-instrumentista de outro gênero e não conseguia comer um pão com ovo com dinheiro da música, e acertar em um stilo como o funk, e ganhar 120mil por mês, é merda???
      melhor que ficar em outros estilos falido aí… Acorda pra vida rapaz… Parabéns pereira um dia gravo ai se Deus e os Orixás me permitir

  3. O triste que a música da periferia antes era rap e um funk que narrava os problemas da comunidade, hoje isso que por alguns é chamado de música só fala sobre sexo, trata mulher da pior forma possível, ou então é do tipo ostentação onde o cara acha que o que importa é o que ele tem, não o que ele é, e apenas quer mostrar para os outros alguma coisa, não é ter para si é ter para “tirar onda” com o outro e quem escuta esse tipo de música só terá dinheiro como se mostra na música se entrar pro mundo do crime, pois nem todos vão ser cantores de funk ou jogadores de futebol.

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