A explosão da sede da Organização das Nações Unidas (ONU) em Bagdá em 19 de agosto de 2003, na qual o diplomata brasileiro Sérgio Vieira de Mello (1948-2003) morreu, soterrado nos escombros, é o mote de “Sergio” [Netflix, drama, 2020, 118 minutos].
A partir dali desenrola-se a trama em um bem amarrado jogo de flashbacks que mescla a trajetória profissional do protagonista, sua vida pessoal e doses de ficção.
A Al Qaeda assumiu a responsabilidade pelo ataque e afirmou que o brasileiro, então Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, era o principal alvo.
O filme de Greg Barker (autor de um documentário sobre o diplomata, com o mesmo título, também disponível na Netflix) equilibra-se em uma linha tênue entre o documentário/biografia e o drama/romance, tendo como fio condutor da narrativa o relacionamento de Sérgio Vieira de Mello e a argentina Carolina Larriera, interpretados pelo brasileiro Wagner Moura e pela cubana Ana de Armas, em atuações exuberantes.
É comovente a cena em que, no jogo da conquista, ele dedica a ela, dizendo “tenho uma canção para você”, enquanto liga o som e faz tocar “As rosas não falam”, de Cartola, na interpretação do compositor – a outra música da trilha sonora é “Oração ao tempo”, interpretada por seu autor, Caetano Veloso, nos créditos finais.
“Sergio”, o filme, perpassa outras missões empreendidas pelo brasileiro, como a independência de Timor Leste, após mais de duas décadas em guerra com a Indonésia.
Outra cena comovente é o desejo que o diplomata ouve de uma tecelã, em Timor-Leste. Com um quê poético de Mia Couto ou Manoel de Barros, ela revela querer, quando morrer, voltar em forma de chuva para ficar para sempre em sua terra.
Mas o mais revelador de “Sergio” não está no filme: a saudade que sentimos de quando o Brasil era potência e referência em se tratando de diplomacia internacional, quando vemos o bolsonarismo de Ernesto Araújo et caterva.
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Veja o trailer:
Concordo plenamente que a DIPLOMACIA BRASILEIRA BOLSONARISTA é equivocada e super optimista com o Império Americano e uma de suas vertentes ideológicas de expansão: o SIONISMO-CALVINISMO.
Isso é facto!
Contudo, a Diplomacia Brasileira ganhou contornos mega ideologizados a partir do Petismo, que alinhou-se loucamente à China, ao Mundo Islâmico e ao Bolivarianismo.
Por ser muito reactivo, Bolsonaro- inspirado por Olavo de Carvalho- comprou essa ideia pró americana radicalizada.
Portanto, que se diga : quem criou essa patacoada ideologizada ao extremo na Diplomacia foi o PT.
E outra: Sérgio Vieira morreu em meados de 2003, portanto viveu poucos anos de sua carreira sob o governo do PT.