Meio de comunicação híbrido entre literatura, cinema e ilustração, as histórias em quadrinhos experimentam um momento de alta sofisticação em sua produção em todo o mundo. Temas que antigamente eram interditados às HQs (a não ser que fossem “catecismos”, histórias pornográficas proscritas), hoje são tratados com grande fôlego literário e notável talento narrativo, como é o caso de Spinning. Ainda assim, os grandes gibis históricos voltaram a mostrar sua qualidade e não poderiam deixar de figurar entre as melhores HQs de 2019.
1) Até Onde Vai o Amanhecer, de Ivo Milazzo e Giancarlo Berardi
Uma revista cult dos anos 1970, Ken Parker, conhece finalmente sua conclusão, após 45 anos da criação do personagem. Durante quase 50 anos, Ken Parker introduziu aos leitores dos quadrinhos de massa poemas de Walt Whitman, peças de Shakespeare, debate de gênero, cultura indígena, utopia e imaginação criadora. Um clássico. (Jotabê Medeiros)
2) Uma irmã. Bastien Vivès
“Uma irmã” revela as descobertas da adolescência retratando uma viagem de férias de um grupo de adolescentes, com suas alegrias e tragédias. O traço de Bastien Vivès tem, por vezes, um quê de abstrato, como a cabeça cheia de dúvidas típica desta faixa etária. (Zema Ribeiro)
3) Spinning, de Tillie Walden
Uma garota gay em rota de reconhecimento de si mesma dentro do universo e dos códigos nada amistosos das meninas, uma das graphic novels mais poderosas da temporada. A autora fez esse admirável trabalho quando tinha apenas 21 anos, para trabalhar suas próprias questões existenciais, mas a maturidade do desenho e a delicadeza das abordagens o projeta como uma leitura obrigatória. (JM)
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