A Agência Nacional de Cinema (Ancine) vai fazer uma proposta para adquirir a própria sede onde funciona atualmente, na Avenida Graça Aranha, 35 (no Centro do Rio de Janeiro). A diretoria colegiada da Ancine, em sua reunião ordinária do dia 14 de março último, decidiu por unanimidade por uma nova proposta orçamentária considerando a possiblidade de aquisição definitiva do imóvel. O imóvel em questão tinha sido colocado à venda em um leilão, em 2021, pelo ex-ministro Paulo Guedes, incluído entre os 133 imóveis pertencentes ao INSS (e outros 35 da Secretaria do Patrimônio da União, a SPU) que foram a um feirão para fazer caixa para o governo.
Na era Bolsonaro, a diretoria colegiada chegou a aventar, por ordem do Palácio do Planalto, a mudança da sede da Ancine do Rio de Janeiro para Brasília, assim como cogitou alugar um “elefante branco” no Rio, ao lado do Sambódromo. A Associação dos Servidores Públicos da Ancine (Aspac) protestou contra os planos de mudança sem um debate prévio – alugar um prédio por R$ 1 milhão mensais era uma atitude perdulária, e levar a sede para Brasília, à revelia do que define a medida provisória que criou a agência, traria transtornos para seu funcionamento. A agência possui 563 servidores ativos que mantêm (a maioria) seu domicílio no Rio, tumultuando as vidas profissionais e pessoais dos servidores.
A nova determinação parece mais realista, e a preferência para compra do imóvel é sempre do inquilino que o ocupa. Além do mais, o imóvel já pertence à União, o que facilita eventuais negociações de preço e condições. Outra questão é que agora a diretoria colegiada não está inteiramente preenchida de postos indicados pelo antigo governo, o que tiraria legitimidade da decisão.