A cantora e compositora Zélia Duncan no show realizado em 1997 no Sesc Pompeia. Foto: Nilton Silva/ Acervo Sesc Audiovisual
A cantora e compositora Zélia Duncan no show realizado em 1997 no Sesc Pompeia. Foto: Nilton Silva/ Acervo Sesc Audiovisual

Álbum “Relicário: Zélia Duncan (Ao Vivo no Sesc 1997)” é lançamento exclusivo da plataforma Sesc Digital

“Relicário: Zélia Duncan (Ao Vivo no Sesc 1997)”. Capa. Reprodução
“Relicário: Zélia Duncan (Ao Vivo no Sesc 1997)”. Capa. Reprodução

“Beleza de plateia. Boa noite a todos! Bem vindos a mais um “Ouvindo Estrelas”, no seu quarto ano, esse projeto do Sesc que é sempre antecedido de uma entrevista, um bate-papo com a estrela, e no caso alguém muito querida por vocês, hoje”, começa o crítico Zuza Homem de Mello (1933-2020), na primeira faixa de “Relicário: Zélia Duncan (Ao Vivo no Sesc 1997)”, segundo álbum da coleção iniciada com o álbum de João Gilberto (1931-2019).

A íntegra da conversa, bem-humorada e recheada de causos, está no álbum, antes das outras 19 faixas do roteiro apresentado no Sesc Pompeia pela cantora, que tinha então três discos gravados: “Outra Luz” (1990), quando ainda assinava Zélia Cristina, o homônimo “Zélia Duncan” (1994), de hits como “Nos Lençóis Desse Reggae” (Christiaan Oyens/ Zélia Duncan) e “Catedral” (“Cathedral Song”, de Tanita Tikaram, versão de Christiaan Oyens e Zélia Duncan), que fecham o repertório, e “Intimidade” (1996).

A fala inicial de Zuza reforça a importância de Zélia Duncan em meio ao avanço da presença feminina no cenário da música popular brasileira, até mais ou menos ali, majoritariamente dominado por cantores e compositores – homens.

“Que bom, tô em casa” é a primeira coisa que ouvimos da boca de Zélia Duncan ao adentrar a cena, depois das devidas declarações de amor do entrevistador. Já em meio ao papo, palinhas da cantora a cappella, demonstrando sua devoção a nomes como Elis Regina (1945-1982), Elizeth Cardoso (1920-1990) e Maria Bethânia, revelando inclusive sua predileção por cantar a compor – embora seja gigante em ambos os ofícios.

A grandeza de Zélia Duncan é atestada no repertório, em hora e meia de show (incluindo a conversa inicial), que pinça faixas gravadas nos primeiros discos da carioca que passou boa parte da juventude em Brasília, alinhavando no roteiro outros nomes de sua predileção, como Chico Science (1966-1997) (de quem canta um trecho de “A Cidade”, num medley com “A Tempestade”, dela com Christiaan Oyens, seu parceiro mais constante, não só no roteiro do álbum), Renato Russo (1960-1996) (“Boomerang Blues” e “Quase Sem Querer”, parceria com Dado Villa-Lobos e Renato Rocha) e Rita Lee (1947-2023) (“Lá Vou Eu”, parceria com Luiz Sergio Carlini).

Em “Relicário: Zélia Duncan (Ao Vivo no Sesc 1997)” a artista está acompanhada por Ezio Filho (baixo e direção musical), Ricardo Brasil (percussão), Wallace Cardia (bateria), Luis Hiroshi (teclados) e Luiz Chaffin (guitarra, violão e bandolim).

O álbum está disponível a partir de hoje (6) na plataforma Sesc Digital e pode ser ouvido no site do projeto. Hoje, às 20h, a cantora retorna ao Sesc Pompeia, palco do show de 1997 que deu origem ao álbum, para uma conversa  com o pesquisador e dj Zé Pedro, traçando um panorama da carreira de Zélia Duncan até os dias atuais. A entrada é gratuita e os ingressos podem ser retirados na bilheteria do teatro, a partir de duas horas antes do início do evento.

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