Ousado, arriscado e difícil é o exercício de Francesca Archibugi, em “O Colibri”, drama que estreia na próxima quinta-feira (13) nas salas de cinema brasileiras. Ao contar a história de Marco Carrera (interpretado por Pierfrancesco Favino quando adulto), cujo título do filme carrega como apelido desde a infância, a diretora italiana se vale de um intricado jogo de flashbacks e avanços, a provocar a atenção do espectador.
Baseada no romance homônimo de Sandro Veronesi, a trama se desenrola entre os anos 1970 e um futuro próximo e acompanha a vida de uma família marcada por tragédias, começando pelo fato de o personagem-título e seu irmão serem apaixonados pela mesma jovem francesa vizinha da família na adolescência. O roteiro – da diretora com Laura Paolucci e Francesco Piccolo – é urdido em torno de coincidências fatídicas, perdas e amores.
“O Colibri” estreou no Festival de Locarno e abriu o Festival de Cinema de Roma ano passado e é marcado por atuações impecáveis – Sergio Albelli e Laura Morante (Probo e Letizia Carrera, os pais de Marco), Bérénice Bejo (a jovem francesa Luisa, alvo da paixão do par de irmãos), Kasia Smutniak (Marina, esposa de Marco) –, que ajudam a dar a exata dimensão da cruz que cada personagem carrega.
A inspirada direção de fotografia, de Luca Bigazzi, dá conta de emoldurar as belas paisagens e elenco de “O Colibri”, entre os mais bonitos nos filmes mais ou menos recentemente assistidos pela reportagem. Em meio a tudo isso, cartas na mesa. Um homem escapa da morte e vai ao seu encontro. O desfecho, entre surpreendente e comovente, deve levar o público a uma reflexão sobre o peso que as escolhas têm na vida.
Serviço: “O Colibri” (Itália, 2022, drama, 126 minutos), de Francesca Archibugi. Estreia dia 13 nos cinemas brasileiros.
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