O homenageado Expedycto Lyma na abertura da Ocupação. Foto: divulgação
O homenageado Expedycto Lyma na abertura da Ocupação. Foto: divulgação

“Cinema é sonho” e “Teatro é cultura, e a sua atenção, vale ouro” são duas frases marcantes que lemos em um documentário curta-metragem de divulgação da Ocupação Expedycto Lyma, em cartaz desde o último dia 20 de abril até o próximo 31 de julho, no Centro de Memória do Circo (ou Museu do Palhaço), na Galeria Olido (Av. São João, 473, Centro), em São Paulo.

A primeira frase citada dá título ao projeto que está restaurando seus mais de 20 longas-metragens de ficção – o octogenário Expedito Lima, ainda na ativa, é um dos maiores realizadores em super 8 do Brasil – foram 10 títulos filmados entre 1979 e 1984. O também artista circense nasceu em Tietê em 1939 e está radicado em Tatuí, também no interior paulista.

O artista Expedycto Lyma na abertura da Ocupação que o homenageia. Reprodução
O artista Expedycto Lyma na abertura da Ocupação que o homenageia. Reprodução

Seus filmes eram feitos na raça: equipamentos precários, elenco amador e muita força de vontade. Invariavelmente ele era protagonista, menos por vaidade, mais por questões de orçamento. Nunca dependeu de salas oficiais de cinema para exibir seus títulos: ele mesmo circulava com o “pavilhão”, uma sala desmontável de 4x10m. Resumindo: em seus filmes, Expedito podia ser diretor, roteirista, ator, maquiador, continuísta, figurinista, editor, cameraman, projecionista, bilheteiro e o que mais pintasse. “Ninguém ganhava nada, era só gostar da coisa e participar. A gente tinha muita amizade e gostávamos de fazer cinema”, disse, em entrevista ao jornal O Progresso, de Tatuí, em 2016.

Expedito são vários: além do extenso rol de atividades já citadas, entre as artes cinematográfica e circense, foi também dono de companhia, dramaturgo e atuou como palhaço – suas alcunhas eram Alemão e Polaco. Exerceu também a profissão de marceneiro, durante uma época, para garantir seu sustento. Seu Circo Theatro do Alemão percorreu o interior de São Paulo nos anos 1970 encenando causos de amor e traição, de mocinho e bandido, escritos por ele.

A Ocupação Expedycto Lyma é organizada pelo pesquisador Felipe Abramovictz e terá, em sua programação, exibição de filmes e leitura dramática de peças. Informações no site e instagram. Confira a seguir as datas de exibição.

Expedycto Lyma e André Peres em "Dois nós cegos no oeste". Reprodução
Expedycto Lyma e André Peres em “Dois nós cegos no oeste”. Reprodução
Programação
6 de maio (sexta)
12h: exibição de “A víbora humana” e “O misterioso Sr. Moretti”, seguida de bate-papo com o curador e convidados – abertura: trecho da filmagem da peça “O viajante de sebo”
13 de maio (sexta)
12h: exibição de “O filho de Dioguinho” e “Dioguinho volta para matar” (13h30) – abertura: curta “Carnaval em Tatuí” (1981)
20 de maio (sexta)
12h: exibição de “Dois nós cegos no oeste” e leitura dramática com convidados da peça de Expedycto Lyma
27 de maio (sexta)
12h: exibição de “Na trilha do ódio” e “Sentimento mortal” – abertura: trecho da peça “Polaco em histórias assombrosas”
31 de julho (domingo)
Encerramento da exposição
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