Sexteto londrinense disponibiliza nesta sexta (10), “Cabeça de cobre”, seu segundo álbum
Segunda maior cidade do Paraná, Londrina tem entre seus filhos mais ilustres o músico Arrigo Barnabé e o dramaturgo Mário Bortolotto, nomes fundamentais para a cultura brasileira, que ajudam a resumir a importância da cidade para as artes em geral. Mas enganam-se os saudosistas de plantão ou aqueles que, por um motivo ou outro, conhecem apenas os personagens citados – também nasceu lá a atriz Maria Fernanda Cândido.
Vem da “pequena Londres” uma surpresa bastante agradável, com sua lufada de frescor, originalidade e inventividade: o sexteto Caburé Canela, na estrada desde 2013, que disponibiliza nesta sexta-feira (10), nas plataformas de streaming, o segundo álbum de carreira, o ótimo “Cabeça de cobre”.
Ao grupo formado por Carolinaa Sanches (voz), Lucas Oliveira (voz, violões, violino e teclados), Maria Thomé (percussão e eletrônica), Mariana Franco (contrabaixo), Paulo Moraes (bateria) e Pedro José (voz, guitarra, clarinete e pífano), interessa mais o percurso que o resultado final, em si.
Assim, para o sucessor de “Cabra cega”, álbum de estreia de 2018, foram até Petrópolis, mais precisamente ao estúdio ForestLab, gravar com o engenheiro de som mineiro Lisciel Franco, responsável pelo timbre único da banda, nesta gravação sem overdubs – ele revela detalhes do processo em um documentário que acompanha o lançamento: “Cabeça de cobre” foi gravado com equipamentos dos anos 1970 e 80 e mixado em fita.
O resultado é um disco coeso, orgânico, com referências que vão do jazz ao samba, com ousadia e experimentação, refletindo o momento atual que estamos vivendo – vide o videoclipe de “Fera”. Ao lado de “Claridade”, faixa que abre o álbum e outra a ganhar clipe, com os próprios músicos atuando. Os seis, aliás, jogam nas onze, por assim dizer, e acabam se envolvendo com todo o processo de feitura do trabalho. A vocalista, por exemplo, é uma das responsáveis pelo projeto gráfico do álbum, e um dos nomes de frente da editora londrinense Grafatório, cujas edições de livros de Arrigo Barnabé, Rogério Sganzerla, Jotabê Medeiros e, muito em breve, Ademir Assunção, vêm conquistando corações de leitores aficionados por livros bonitos, para além do conteúdo.
Farofafá conversou com exclusividade com quatro dos seis integrantes do Caburé Canela e antecipa o disco, em primeira mão. Leia a seguir a entrevista.
ZEMA RIBEIRO – Quero começar do começo: quando e como vocês se conheceram e como surgiu a ideia de formar o grupo?
MARIA THOMÉ – Londrina foi um ponto chave pro encontro dessas seis vidas, especialmente a universidade, mas hoje já enxergo que a busca por algo para além da academia foi o que fez a gente estar junto até hoje. Todos passaram pelo Centro de Comunicação, Educação e Artes da UEL [Universidade Estadual de Londrina], cada um em seu tempo. Dessas experiências na universidade, Lucas e Paulo se aproximaram e me convidaram pra tocar junto, eu tinha acabado de sair de uma cidade de 20.000 habitantes e tava meio perdida por aqui. Nós fomos pra casa do Lucas, num quartinho com uma bateria, um par de congas e uma guitarra. Os meninos apagaram a luz e fizemos o som mais louco que já havia experimentado. Depois disso Lucas foi pra Angola, eu e Paulo continuamos com outro projeto, Lucas retorna com músicas próprias, eu fico na busca de pessoas pra interpretar as canções dele, pois até então ele não cantava em público, mas acabo encontrando Carol, que era outra compositora incrível. Paulo já havia visto Carol cantando Maria Bethânia em um sarau e ficou impressionado com aquela voz, então era uma joia de expressão que tava chegando no mundo, acredito que na verdade todos do grupo estavam no mesmo brotar. Fiquei procurando alguém pra chegar na baixaria e encontrei a Mari tocando em uma sala da universidade e perguntei se ela não queria experimentar uma banda de malucos. Ela topou na hora e acho que se encontrou! Pedro veio depois de ser nosso fã, ele sabia todas as músicas e nós a dele, pois ele tinha um projeto solo. Aí fui dar um passeio pelo Brasil e em vez da banda colocar uma percussionista no lugar, colocaram uma guitarra poética e um compositor, foi bom por que eu pude voltar. E foi assim, do meu ponto.
ZR – Uma banda de malucos é uma ótima definição no melhor sentido. E a ideia da sonoridade toda particular deste segundo álbum? Lisciel Franco está para o Caburé Canela como [o engenheiro de som] Geoff Emerick para os Beatles?
PEDRO JOSÉ – Acho que rolou aqui foi um encontro de universos. A gente tinha a ideia de onde a gente queria chegar com o nosso som, sabíamos que queríamos gravar da maneira mais orgânica possível, o mais junto possível. Quando ficamos sabendo, por meio dos nossos amigos da banda Octópode, que tinha um maluco no Rio que gravava em processo 100% analógico, entendemos que isso ia ao encontro do que estávamos buscando.
MARIANA FRANCO – [Risos] Ao meu ver, talvez ainda não seja possível fazer essa analogia, por que estamos buscando. Foi nossa segunda experiência de gravação como banda, e apesar de cada um aqui já ter outras experiências externas, é muito particular esse processo de cada banda em si, do encontro desses músicos aqui. A experiência com o Lisciel foi incrível pra nós, chegamos em um lugar que superou as expectativas, aquele estúdio é muito louco! Particularmente, eu gostaria de voltar e ter uma experiência ainda mais madura com aquele ambiente que é tão diferente dos que estão acostumados. Mas pelo que conheço esses seres da Caburé, continuaremos essa pesquisa, explorando novos lugares aí nesse mundão.
PEDRO JOSÉ – Acho que o Lisciel captou a intenção do nosso som, e a gente se deixou levar pela experiência que ele proporcionou. Foi um baita aprendizado.
MARIANA FRANCO – Isso, apesar de que não tínhamos uma relação com o Lisciel antes de chegar lá, ele conseguiu rapidamente sacar o som da banda e captar de forma muito orgânica. Isso tende a melhorar se essa experiência se repetir, então quem sabe um dia essa analogia se aplique [risos].
ZR – Queria ouvir de vocês sobre processo: ouvindo o disco, vendo os videoclipes, projeto gráfico e o documentário sobre a gravação, é possível perceber que vocês sabem onde querem chegar e têm pleno domínio das coisas, então são músicos que não se limitam a tocar, mas dominam também questões referentes à atuação (músicos como atores do videoclipe) e design. A meu ver, tudo isso dá à banda ainda mais organicidade, para usar uma expressão que vocês me parecem gostar muito, concordam?
CAROLINAA SANCHES – Acredito que já sacamos que não é o final que importa, os produtos finais, o resultado. E sim, o processo. Ele é o meio que temos para nos conhecer, que nos faz adentrar mais e mais nosso som, nas nossas ideias, que às vezes parecem mirabolantes demais, mas quando executamos funciona e funciona exatamente pela organicidade. Não sei se sabemos onde querermos chegar, mas nossos pontos de partida são sempre importantes! Outro dia num encontro com o grupo falamos sobre todas essas coisas, as artes, as playlists, todo cuidado, antes de ser para o público, é pra gente. Serve para que nos dê força pra seguir fazendo. E o processo ele simplesmente é, e o universo vai nos colocando perto de pessoas que nos ajudam a seguir assim, produzindo algo que vai afirmando nossas vozes e ideias. É bom saber que do seu ponto de vista estávamos dominando nossa atuação no clipe [risos], porque transpassa que estávamos seguros ali, mas no fundo tava todo mundo se desnudando pela primeira vez em frente à câmera, sem saber muito como “tem que ser”. Só fomos. Mas certamente essa questão toda engloba nossas viagens sobre os conceitos. Sobre a necessidade de pensar o que faz, de não fazer à toa. Daí a dedicação em mergulhar nesses meios todos, faz com que o conjunto esteja “amarrado” e falando a mesma língua.
ZR – Por falar em encontros, como tem sido administrar o grupo ao longo dessa prorrogação indefinida do isolamento social imposto pela pandemia da covid-19?
MARIA THOMÉ – No início foi um grande tombo, não nos víamos, fazíamos videochamadas, ficamos muito tristes. Mas metade da banda morava junta, no caso eu, Mari e Carol. Aí fomos entendendo que precisávamos “morar” juntos, se cuidar lá fora, e chegar em casa bem. A nossa “casa” virou a Espaço Nave, que é uma casa coletiva de criação e fusão de processos artísticos. Foi ali que fizemos nossas reuniões, construímos a ideia do álbum, que também gravamos cenas do clipe “Claridade”. Acho que estamos entendendo a questão da comunidade. Em relação aos processos criativos, foi o momento de sentarmos e olharmos pra o que estamos fazendo, foi um ponto chave para estarmos conversando com você aqui hoje.
PEDRO JOSÉ – Ter a possibilidade de nos encontrar, de tocar, criar e trocar “ao vivo” foi o que nos manteve vivos e sãos até aqui. Só que sentimos que tem um limite aí também, nosso ser coletivo quer sempre se conectar com mais gente. Sentimos muita falta do público, que é elo fundamental na corrente contínua da criação. Poder gravar e entregar ao público show, disco, clipe, é muito importante, e mantém viva a brasa da comunicação. Mas nada nesse mundo substitui a presença, o som batendo no corpo, o olho no olho… Não vemos a hora de tocar pras pessoas!
ZR – “Cabeça de cobre” toca em temas super atuais, como o bolsonarismo e a pandemia. De que modo o disco é uma reação a este triste estado de coisas? O clipe de “Fera”, por exemplo, tem imagens de dois protestos ocorridos em maio deste ano…
PEDRO JOSÉ – O disco não foi feito pra isso, a maioria das canções já tem mais de cinco anos de vida. Mas é inevitável que a nossa produção seja lida pelo momento que a pariu. Somos seres políticos sociais, nossa arte não é neutra, quem ouvir nosso som vai entender que a gente está gritando contra o fascismo, o racismo, o machismo, ainda que não estejamos tratando explicitamente desses temas. Já o clipe de “Fera”, foi concebido já durante a pandemia, já imerso na política de morte que nos está sendo imposta de dois anos pra cá. Nesse caso foi uma escolha mesmo. Queríamos que a primeira mensagem do disco fosse uma bomba. Queríamos deixar bem clara nossa posição contra o fascismo, a censura, contra o genocídio sanitário e econômico. E também quase um apelo pela união dos que resistem.
MARIANA FRANCO – Todas as músicas foram compostas bem antes do Bolsonaro presidente e de nos depararmos com a pandemia. Mas como tudo é processo, as situações que vivemos hoje são desdobramentos do que já vinha acontecendo. Apesar de eu não ter sido a compositora de nenhuma das letras, sinto que posso me apropriar delas, pois as questões vão de encontro ao que eu sinto e isso transpassa as linhas de baixo que faço. Essas inquietações que as letras trazem não são de hoje e são também.
ZR – Eu percebo, na sonoridade deste novo disco, influências que vão do tropicalismo, principalmente Os Mutantes, Frank Zappa, jazz de modo geral, Arrigo Barnabé e Itamar Assumpção. Vocês concordam com elas? E o que mais acrescentariam?
PEDRO JOSÉ – O Lucas Oliveira criou um conceito que virou manifesto, é o Igapó Beat. Igapó, em tupi, quer dizer rio de raízes. É como se nosso som fosse essa água barrenta contaminada por muitas raízes diferentes, entrelaçadas. Creio que cada um de nós é muito poroso em relação às influências do mundo, e todo mundo da banda coloca seu corpo no processo de criação, de maneira muito fluida… Então tem todas essas influências aí sim… e tem muito mais, de Anitta a Stravinski, e muitas que a gente nem sabe que estão lá.
MARIA THOMÉ – Há um ponto marginal em comum. Do profundo, quando a expressão sai, vai em via líquida jogada pros cantos. Me identifico com uma das últimas entrevista que a Elis [Regina, cantora] deu sobre a questão da independência da música e da necessidade de ocupar esse lugar. Talvez nos encontramos ali também. Quando a via é de concreto, no caso [risos]. Se não a gente penetra! [risos].
PEDRO JOSÉ – Tem uma influência que eu não queria deixar passar, que é Dona Vilma dos Santos Oliveira, artista, mãe de santo, militante do movimento negro daqui de Londrina. Creio que foi através dela, da força política dela, que muites de nós tomamos ciência com as músicas das culturas orais de raízes africanas do Brasil. Meu agradecimento a essa força da natureza e a todes que lutam pra passar a mensagem adiante.
MARIA THOMÉ – É uma grande raiz mesmo, Pedro!
ZR – Água quando vaza dá sempre um jeito de achar caminho de infiltrar, não é? Esses conceitos são todos muito interessantes, então eu queria que vocês falassem dos conceitos contidos no título do disco e no nome da banda. Caburé é uma espécie de coruja, cujo nome científico significa pequena coruja do Brasil. Isso tem a ver com voos e o desejo de alçar voos maiores, e inteligência, já que a coruja é tida como um símbolo de sabedoria? É por aí ou viajo?
MARIA THOMÉ – Tem isso, e tem também uma forma popular de comunicar que uma pessoa não tem uma “raça” definida. “Aquele um é caburé”, “E aí, caburé?”. Teve também uma identificação com o mistério e com o ser noturno. Significados de caburé, substantivo masculino: mestiço de negro e índio; cafuzo. Caipira, matuto. Sertanejo. Vaso de feitiço. Sujeito feio e melancólico. Indivíduo que só sai à noite; coruja. Ave da família dos estrigídeos, noturna, que é uma espécie de mocho.
MARIANA FRANCO – Esse também é o andarilho, personagem do primeiro álbum, o “Cabra cega” [risos]. Mas faltou falar do nome “Cabeça de cobre”, né? “Cabeça de cobre” faz analogia à comunicação de diversas formas. Ao microfone, símbolo da comunicação, além de outras ferramentas responsáveis por transformar as ondas sonoras em sinais elétricos, e que possuem em suas estruturas o elemento químico supercondutor cobre. Outra analogia forte é a serpente (cabeça de cobre também é uma espécie de cobra), que em muitas mitologias também é símbolo de comunicação, sabedoria e de conexão da humanidade com a mãe-terra. Será que nós gostamos de espécies de animais com as iniciais CC? Alguém notou? [risos].
ZR – Eu tinha notado, modéstia à parte. Muitos significados. Exatamente como o som de vocês: impossível rotular. O disco chega ao streaming nesta sexta (10) e vocês pretendem prensar o vinil. O projeto é financiado por um programa de apoio cultural da prefeitura municipal de Londrina. Eu queria que vocês comentassem a importância de leis de incentivo e fomento, diante do atual momento de destruição de políticas públicas de cultura consolidadas, pelo governo de extrema-direita do neofascista Jair Bolsonaro.
CAROLINAA SANCHES – O disco foi patrocinado pelo programa de incentivo à cultura de Londrina, o Promic. Já o nosso desejo de prensar o vinil não foi, até tentamos escrever um projeto recente, mas o orçamento municipal da cultura deste ano foi muito curto levando em consideração a quantidade de artistas sem ou com muito pouco trabalho nesses quase dois anos de pandemia. Provavelmente façamos uma campanha de pré-venda do vinil para captar a grana necessária para tal. A ideia é seguir no esquema analógico, prensar historicamente nosso som nas bolachas e também fazer as capas de forma manual nos ateliês gráficos e tipográficos da Grafatório. O massa mesmo seria se algum selo topasse essa empreitada conosco, nos ajudando a entrar na grande fila da Polysom, que está seletiva, trabalhando com os recorrentes, e nos ajudasse a distribuir. Os recursos públicos pra cultura nunca foram muitos, mas nesses últimos anos têm sido cada vez menores. Dentro da Caburé Canela, além do segundo álbum, também já fomos financiados com uma turnê, onde fizemos 19 shows em quatro estados do Sul e Sudeste. Sem recurso, não consigo imaginar onde estaríamos ou o que faríamos. O incentivo à cultura é um dever do Estado, é uma obrigação. Ninguém vive sem cultura, sem música, filme, arte. E tem sido cada dia mais difícil defender nossos direitos e ter voz dentro de políticas tão conservadoras e opressoras. Os artistas e produtores têm que se juntar, têm que se posicionar, têm que se ajudar, para que não percamos mais nenhum direito e nenhum incentivo. A ideia lógica é aumentar e não diminuir.
ZR – Por falar em Grafatório, que tem na linha de frente o jornalista Felipe Melhado, que tem lançado livros lindos de Arrigo Barnabé, Rogério Sganzerla, Jotabê Medeiros e, em breve, uma autobiografia poética de Ademir Assunção, entre outros, escreveu texto de divulgação de “Cabeça de cobre” e vai imprimir as capas dos vinis. Eu queria saber como é e como começou a relação da banda com ele. Também é um amigo dos tempos de faculdade?
MARIA THOMÉ – Carolinaa Sanches é uma artista fantástica, Zema. Ela trabalha na Grafatório também, e foi ela quem trouxe o mundo visual pra Caburé.
ZR – Sabia que esse nome não me é/ra estranho. Eu tenho e amo os livros de Arrigo, Rogério e Jotabê.
CAROLINAA SANCHES – Não conheci Melhado na faculdade, mas nós “pogávamos” [pogar é expressão usada para designar um tipo de dança no universo do rock que simula uma briga] juntos nos shows de Ramones cover na adolescência em Londrina [risos]. Mas a aproximação veio mesmo quando comecei a trabalhar como uma das gestoras da Grafatório, que aliás, também é patrocinado pela lei de incentivo local enquanto uma Vila Cultural da cidade. Na linha de frente da Grafatório, além de mim e Felipe Melhado, também tem Edson Vieira, que fotografou nossas caras para arte gráfica do álbum, Pablo Blanco, que assina comigo o projeto gráfico e também é responsável gráfico e editorial de todos os livros que a Grafatório Edições já publicou e as que estão por vir. Pablo tem arrematado alguns prêmios importantes com as edições. E na realidade foi ele quem imprimiu com a gente nos processos do álbum e quem vai imprimir as capas dos vinis. Além deles tem o Diogo Blanco e Julia Bahls. No primeiro álbum, “Cabra cega”, o Felipe topou com a gente a empreitada de escrever um texto poético para nosso encarte. Uma viagem sobre o andarilho e a busca de si pelas paisagens das músicas. Por ele nos escutar a fundo e conseguir transmitir o que gostaríamos de dizer, ele também foi nosso assessor de imprensa na turnê e agora nos ajudou um pouco no encaminhamento dos textos de divulgação. Mas em grande parte, dessa vez, quem escreveu mais foi o Pedro José, que assim como Melhado tem seu lado historiador! Nesse entrelaçamento, vale mencionar que antes de realizarmos um show, fizemos um ensaio aberto, depois de um ano ensaiando só entre nós. E esse ensaio aconteceu na abertura da exposição de gravuras do artista Elias de Andrade, na Grafatório. Foi a primeira aparição da coruja e também o primeiro contato dos outros integrantes com a Grafatório e todos os membros.
ZR – Pra finalizar eu queria saber como está a questão de divulgação do disco: a pandemia ainda não acabou. Há shows ou lives de lançamentos previstas? O que vocês já podem anunciar aos leitores de Farofafá?
MARIANA FRANCO – Dia 17 de setembro vai ao ar através do nosso canal no YouTube um show de lançamento produzido de forma independente aqui em Londrina no Sesc Cadeião, em parceria com artistas locais. Contamos com Everton Bonfin na iluminação, Leon Gregorio e Stephanie Massarelli nas câmeras, Leon também na edição e montagem das imagens (foi ele também quem produziu o clipe de “Claridade” e de “Sem”), Bianca Baggio no figurino e cenário dos caburés Maria Thomé e Paulo Moraes. O show foi construído com muito primor! Espero que gostem. Mas a divulgação não para por aí. Junto com o lançamento do álbum, vem um mini-documentário sobre o processo de gravação do álbum, com entrevista com Lisciel Franco. Podemos dar o spoiler de que vêm mais mini-docs por aí sobre o processo analógico…
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Ouça o disco: