Os melhores anos de uma vida. Frame. Reprodução
Os melhores anos de uma vida. Frame. Reprodução

“Os melhores anos de uma vida” alia com rara sensibilidade elementos de comédia romântica e drama, em um filme que tanto deve agradar a quem busca simplesmente se divertir quanto quem busca refletir sobre determinados temas – e sobram lições ali, nunca de moral.

É um filme sobre viver e envelhecer, com todas as consequências implícitas sobre determinadas escolhas que fazemos por opção ou obrigação.

Jean-Louis Duroc (Jean-Louis Trintignant) é um ex-piloto de corrida que passa os dias entediado num asilo. A memória já não funciona, embora ele nunca tenha esquecido Anne Gauthier (Anouk Aimée), mulher que foi (é) o grande amor de sua vida.

“Aqui não se vive, espera-se a morte”, ele diz a ela, desiludido, numa das visitas que passa a receber, com frequência. O filme de Claude Lelouch (que assina o roteiro com Valérie Perrin), exibido na seleção oficial do Festival de Cannes, estreia hoje (24) nos cinemas brasileiros, e é feliz ao se valer de flashbacks (bem demarcados) e o onírico – só viremos a saber o que era sonho quando o protagonista acorda.

Os melhores anos de uma vida. Cartaz. Reprodução
Os melhores anos de uma vida. Cartaz. Reprodução

“Os melhores anos de uma vida” acompanha, mais de 50 anos depois, os mesmos personagens de “Um homem, uma mulher” (1966), vencedor do Oscar de melhor filme de língua estrangeira e melhor roteiro, que já havia ganhado uma sequência em “Um homem, uma mulher – 20 anos depois” (1986).

O filme é uma declaração de amor à vida, com suas encruzilhadas, que começa com a ousadia, ao menos para a época, de uma mulher em declarar seu amor por um homem (proibido?). Há cenas sublimes, como a em que ele faz um percurso de carro a tempo de chegar antes à estação em que ela desembarcaria de um trem e estar à sua espera na plataforma.

“Acho profundamente emocionante ver Jean-Louis e Anouk 53 anos depois, no espaço de um segundo. É um segundo da eternidade que abre um buraco no tempo. As emoções são trazidas em círculo completo. As imagens de Jean-Louis e Anouk de duas épocas diferentes apenas intensificam nossas emoções.”, afirmou Lelouch no material de divulgação distribuído à imprensa. É um filme sobre amor e recomeço.

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Veja o trailer:

Serviço: “Os melhores anos de uma vida” (“Les Plus Belles Années d’une Vie”). Romance, França, 2019; direção: Claude Lelouch. Distribuição: Pandora Filmes. Estreia hoje (24) nos cinemas.
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