Com a renúncia, ontem, do diretor afastado da Ancine, Christian de Castro, há agora três vagas para a diretoria colegiada da Agência Nacional de Cinema (Ancine). Todos têm mandato de 5 anos. Os nomes são ratificados pelo presidente da República, o que não projeta um cenário muito favorável para o cinema brasileiro.
Christian de Castro foi nomeado por Michel Temer e era homem de confiança de Sérgio Sá Leitão, então ministro da Cultura e atual secretário de Cultura e Economia Criativa de São Paulo na gestão João Dória. Foi afastado em 30 de agosto em decisão da Justiça do Rio. Ele enviou ontem carta a Bolsonaro, Onyx Lorenzoni, Marcelo Álvaro Antonio e ao secretário especial de Cultura, Roberto Alvim, justificando sua renúncia e atribuindo seu afastamento judicial a um tipo de complô. “Sou um técnico. Não pertenço a grupos políticos”, escreveu. “Nunca tive o desejo ou a ambição de ocupar cargos públicos ou políticos”. As acusações contra Christian são sérias e foram formuladas após confisco de documentos e computadores na sede da Ancine e em escuta telefônica autorizada. Ele é acusado de crimes como quebra de sigilo funcional, denunciação caluniosa e prevaricação no exercício do mandato. O MPF também o acusa de evasão de divisas e lavagem de dinheiro.
Castro conseguira sua reintegração ao cargo com uma liminar, mas o governo não publicou a nomeação no Diário Oficial e, portanto, não cumpriu a liminar. Há outros 5 servidores afastados que estão tentando reintegração pela Justiça. Um deles, Juliano Vianna, conseguiu liminar, mas também esta não foi cumprida.
Saibam como uma verba inicial aprovada de 3 milhões pela Ancine para o livro Bem-vindo ao inferno virou 15 milhões.
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