Novo Karim Aïnouz inaugura Maranhão na Tela este ano

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A vida invisível de Eurídice Gusmão. Frame. Reprodução
A vida invisível de Eurídice Gusmão. Frame. Reprodução

Em sua 12ª. edição, festival acontece entre 1º. e 7 de dezembro

Baseado no romance “A vida invisível de Eurídice Gusmão”, da pernambucana Martha Batalha, “A vida invisível”, do cearense Karim Aïnouz, representante brasileiro no Oscar e vencedor da mostra Un certain regard (Um certo olhar), no festival de Cannes, é o longa-metragem que abre o Maranhão na Tela este ano.

O festival acontece entre 1º. e 7 de dezembro no Kinoplex Golden (Golden Shopping, Calhau) – é o segundo ano consecutivo em que o local recebe o Maranhão na Tela. A sessão inaugural acontece dia 1º., às 19h. Será a segunda exibição do filme no Brasil: ele inaugurou o Cine Ceará, em agosto passado. Toda a programação é gratuita, exceto as rodadas de negócios.

A programação será marcada por uma homenagem ao cinema nordestino, incluindo também a exibição de “Pacarrete”, do também cearense Allan Deberton. A região e o cinema brasileiro têm sido alvo de perseguição explícita do governo Jair Bolsonaro que, apesar do tema da redação do Enem 2019, “a democratização do cinema brasileiro”, tem censurado produções – ao bel-prazer do presidente da república, suspendeu um edital voltado a filmes e séries de tevê com temática LGBTQI+, além de inviabilizar a estreia de “Marighella”, estreia do ator baiano Wagner Moura como diretor, baseado na biografia escrita pelo jornalista Mário Magalhães. O segmento audiovisual também teve encolhido o orçamento para a área – um corte de 43% nos recursos do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA), responsável pelo apoio a iniciativas como o próprio Maranhão na Tela.

Outro destaque da programação é a exibição de “Babenco – alguém tem que ouvir o coração e dizer: parou”, vencedor do Festival de Veneza, dirigido por Bárbara Paz. O filme homenageia o diretor Hector Babenco (1946-2016), que dirigiu, entre outros, “Lúcio Flávio, o passageiro da agonia (1977) e “Pixote, a lei do mais fraco” (1980), ambos baseados em livros do jornalista, romancista e roteirista maranhense José Louzeiro (1932-2017).

O festival terá longas inéditos de outros grandes cineastas nordestinos, homenagem às atrizes Marcélia Cartaxo e Áurea Maranhão, mostras competitivas e informativa, além de uma retrospectiva com curtas clássicos do cinema maranhense, competitiva de videoclipes e curtas nacionais e internacionais do festival Anim!Art, ciclo de debates, painéis, rodadas de negócios, masterclasses e workshops, como parte da programação do Ambiente de Mercado do festival, o MNT Lab.

Ao MNT Lab comparecerão 12 executivos do audiovisual brasileiro, entre os quais Canal Brasil, GNT, Globosat, Universal, Band, Curta! e Elo Company, que selecionarão os projetos que participarão das rodadas de negócios – para as quais as inscrições já estão encerradas. “Neste momento em que o audiovisual brasileiro passa por uma fase muito difícil, é um privilégio a gente poder receber esses profissionais. É uma forma que nossos cineastas têm de poder tirar seus projetos da gaveta e tentar viabilizá-los comercialmente”, provoca Mavi Simão.

Idealizado pela cineasta e produtora em 2006 e realizado ininterruptamente desde o ano seguinte, o Maranhão na Tela chega em 2019 a sua 12ª. edição. Além do Golden Shopping (Calhau), a escadaria da Rua do Giz (Praia Grande) e o Grand Hotel São Luís (Centro) também receberão atividades do festival.

“Será uma mostra mais enxuta, mas mantendo a mesma qualidade dos anos anteriores”, promete. “Continuaremos com ações na Praia Grande, além da parceria com o Kinoplex, no Golden Shopping, com exibições de alto nível de qualidade de som e imagem”, continua.

Cinco longas-metragens, 10 curtas e 15 videoclipes integram a mostra competitiva do festival, que recebeu mais de 140 inscrições.

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