Você acha que Eduardo Costa é um dos novos volantes convocados por Dunga para as eliminatórias? Que Talles Roberto é um galã que vai entrar num triângulo amoroso com Bruna Marquezine em I Love Paraisópolis? Que Cassiane é pivô da emergente seleção de handebol do Brasil?

Pois bem: você passou no teste. Está preparado para se espantar quando multidões entrarem em estado de comoção por algum fato extremo acontecido na vida das pessoas acima. Esses artistas figuram na lista dos 30 preferidos pelos paulistas. Foram mencionados espontaneamente numa pesquisa da JLeiva Cultura & Esporte, feita com cerca de 8 mil pessoas em 21 cidades de todo o Estado de São Paulo.

Dos 30 artistas da música preferidos do público de São Paulo, 12 são sertanejos. É mais de um terço do total. Eles formam hoje aquele espectro que a mídia metropolitana chamaria de “o gosto dos outros” – a lista inclui ainda 4 ídolos da música religiosa e apenas um de hip-hop, os Racionais.

7 milhões de pessoas curtiram a página do Facebook do cantor mineiro Eduardo Costa. Mais de 500 mil pessoas viram no Youtube um video em que ele bebe pinga no gargalo acompanhado por outro fenômeno sertanejo, Leo Nascimento, “O Pedreiro de Rondônia”.
Costa foi um dos ídolos sertanejos que se insurgiu contra as declarações recentes do apresentador de TV Zeca Camargo, que criticara a féerie em torno da morte do cantor goiano Cristiano Araújo (para o qual o El País viralizou um título de reportagem, coisa rara há décadas por aqui: “O Cantor que Ninguém Conhecia, Exceto Milhões de Pessoas”. 
Costa desabafou no Face: “Eu não entendi essa do Zeca Camargo, será que foi só eu que notei um baita preconceito contra os ídolos sertanejos e o nosso Cristiano Araújo? Acho que ele tem viajar mais pelo Brasil, pra saber que por aqui a história é outra, que nossa música sertaneja leva mais gente pros shows do que as mais populares festas do desse país, mais até do que o nosso esporte mais popular, o futebol… Puta que pariu, nem sei mais o que dizer, esse povo tem que conhecer o que é ser caipira, e tem que nos respeitar”.

Sem entrar no mérito da discussão, que já envolveu um amplo espectro de ensaístas nos últimos dias, me limito a publicar, abaixo, os 30 melhores colocados na pesquisa, pela ordem – e os porcentuais de citações pelos entrevistados.

ROBERTO CARLOS
3.73
PAULA FERNANDES
3.04
ZEZÉ DE CAMARGO E LUCIANO
2.98
JORGE E MATHEUS
2.89
ALINE BARROS (gospel)
2.8
LUAN SANTANA
2.23
GUSTTAVO LIMA
1.74
LEONARDO / LEANDRO & LEONARDO
1.71
LEGIÃO URBANA
1.44
IVETE SANGALO
1.44
THIAGUINHO
1.41
ZECA PAGODINHO
1.21
RACIONAIS MC’S/ MANO BROWN
1.2
DANIEL
1.13
EDUARDO COSTA
1.12
AMADO BATISTA
1.11
THALLES ROBERTO (gospel)
1
BRUNO E MARRONE
0.99
VICTOR E LÉO
0.87
TURMA DO PAGODE
0.81
BRUNA KARLA (gospel)
0.8
FERNANDO E SOROCABA
0.8
METALLICA
0.79
SORRISO MAROTO
0.78
RAÇA NEGRA/ LUÍS CARLOS
0.78
CASSIANE (gospel)
0.68
CHITÃOZINHO E XORORÓ
0.67
AVIÕES DO FORRÓ
0.66
ANA CAROLINA
0.65
CHARLIE BROWN JR
0,64

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Jotabê Medeiros, paraibano de Sumé, é repórter de jornalismo cultural desde 1986 e escritor, autor de Belchior - Apenas um Rapaz Latino-Americano (Todavia, 2017), Raul Seixas - Não diga que a canção está perdida (Todavia, 2019) e Roberto Carlos - Por isso essa voz tamanha (Todavia, 2021)

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