foto: jatoba madeira/AE

simon & garfunkel esta tarde em new orleans foi de trincar o cidadao.
simon nem esta mais cantando tanto, a voz parece cansada nos solos, mas garfunkel segura a onda, e o dueto eh o mais bonito das duplas folk de todos os tempos.

tinha uma velharada na plateia, velhos hippies com flores no cabelo, gente que perdeu muito chinelo na lama (muita lama, e muito chinelo abandonado nela).

“parece que trouxemos ateh algum sol”, brincou simon, de chapeuzinho e camisa xadrez e sapato branco.
garfunkel, de camisa azul por fora das calcas e gravata de seda deliberadamente mal-amarrada, estava nas nuvens. “wow, wow, wow”, dizia, no finalzinho.

o show foi apresentado pelo proprio prefeito, mitch landrieu.
na plateia, um atento tim robbins, o ator, acompanhava cada musica.

simao & garfinho proibiram as fotos. disseram que havia 70 fotografos em fila, e mais 100 estavam tentando entrar no fosso. acabou que nao entrou ninguem.

estimam em cerca de 200 mil o publico, mas avisam que eh chute: por causa da lama, todo mundo ficou espalhado e nao deu para fazer um chute oficial.

a banda deles eh simplesmente arrasadora, uma guitarra pesada (dois bracos), percussao infernal. vocais absurdamente lindos.
no final, o trompetista terence blanchard subiu ao palco e tocou com a dupla no bis.

ali do lado, o jazzfest assistia a uma fusao insolita: o tradicional grupo preservation hall juntou-se aos pesadoes my morning jacket em duas musicas.

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Jotabê Medeiros, paraibano de Sumé, é repórter de jornalismo cultural desde 1986 e escritor, autor de Belchior - Apenas um Rapaz Latino-Americano (Todavia, 2017), Raul Seixas - Não diga que a canção está perdida (Todavia, 2019) e Roberto Carlos - Por isso essa voz tamanha (Todavia, 2021)

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