EMBALO DE SÁBADO À NOITE

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foto: j.f.diorio/AE
(clique na foto para ampliar)

levamos duas garrafas de vinho chileno.

eu admirei a retidão e elegância do velho boris schnaiderman e sua boina ucraniana.

nos emocionamos com versos sempre novos:
“essas ruas mortas onde não se ressuscita o vento”.
“e o menino curandeiro tem mil anos”.
“chove sobre mim a minha vida inteira”.

rimos com a história sobre o medo de um sidecar de motocicleta.

mil pensamentos velozes que não se tocavam: a cachaça de garrincha & adriano do flamengo, a bonita decoração simples do apartamento em frente, o jeitão destemido do edvaldo, a dificuldade para definir xico em um texto apolíneo no dia seguinte.

tinha de ter mais poesia na rua no sábado à noite.

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