Então, vamos juntos criticar o “Iê Iê Iê”, do Arnaldo Antunes, lá no Twitter? Ainda hoje, quarta 16 de setembro, logo mais, no cercadinho #cricritwitter do @pdralex.
(…)
Pronto, foi, ficou assim:
6 horas antes:
Ê, tem gente manjando da grandeza de @yokoono !!! ♫BETWEEN MY HEAD AND THE SKY ★★★★★ Review in UNCUT Magazine http://bit.ly/Yuncut
e o cara da Uncut diz que em “yes, i’m a witch” (2007), “sim, eu sou uma bruxa”, @yokoono se esfregava na cara do “rock misógino”. ééééé!
Durante:
Então, vambora, #cricritwitter de “Iê Iê Iê”, o novo do Arnaldo Antunes? Quem quiser acompanhar ouvindo, ligo o CD daqui a cinco minutos
Começou. Faixa-título, “Iê Iê Iê”.
A primeira coisa que dá para ouvir é o jeitão Fernando Catatau (Cidadão Instigado), produtor do CD.
Sempre acho que os Tribalistas fizeram um bem danado para os três. Para Marisa, para Brown e, principalmente, para Arnaldo.
O exercício constante do AA, daí em diante, em continuar sendo elaborado, sem ser “cabeça”, é muito interessante.
Tecladinho do Marcelo Jeneci, não? Mistura de jovem guarda, “Bang Bang” com Nancy Sinatra, tecnobrega paraense…
…E funk carioca, óbvio.
2, “A Casa É Sua”. A sonoridade é bem Catatau. E, portanto, bem Chimbinha & Joelma, abaixo as cercas e tabus da MPB!
O estilo Lafayette gritando alto e gostoso nos teclados.
Sensacional o que AA fala no release, de querer revigorar a sonoridade da jovem guarda dos anos 60, mas com linguagem de hoje.
Obs.: não é uma gravadora que lança o disco de AA, e sim uma fábrica de cosméticos. Sinal inquietante do tempo.
3, “O Que Você Quiser”. É a quinta vez que ouço o disco, mas essa parece que eu já sei de cor. Surf-rock-jovem guarda delicioso.
E mais tecnobrega… Tem toda uma genalogia aí, né? Chimbinha e vários outros gênios paraenses devem tudo ao iê-iê-iê. E ao Caribe.
RT @gafieiras o arnaldo conseguiu ser ainda mais popular e experimental que os titãs (e nando reis) pós-tribalistas
4, “Vem Cá”, também composta pelos 3 tribalistas. Melodia do capeta, entre o melhor que AA já fez, nessa encarnação e nas passadas.
A voz continua uma taquara, mas e daí? Belchior (apareceu?), Moraes Moreira, Fernando Catatau, tantos adoráveis taquaras…
“amar e fazer amor”, clichê tipo “amor I love you”, mas legal…
5 começa melancólica, é “Longe”, parceria com dois moleques da banda, Jeneci e Betão Aguiar (quer dizer, não sei se Betão é moleque…)
Jovem guarda anos 2000: “nenhum e-mail chegou”, “não tem satélite transmitindo notícias de onde estou”… Ou tem?…
Gosto muito da melodia dessa “Longe”, também.
“Longe” termina com uma contagem regressiva, algo entre “2001” dos Mutantes e “150… 180… 200 km por Hora” de Robertão
O Belchior?! RT @ivanpawlow @pdralex Apareceu. Tá no Uruguai.
A propósito, alguém lembra que Belchior e Arnaldo foram parceiros? No disco “Paraíso” (82), do Belchior. Que é cearense, como Catatau.
6, “Invejoso”, parceria com Liminha, sen-sa-cio-nal, em música & letra!
Odair José com letra (um pouquinho) de esquerda…
“in – vejoso/ querer o que é dos outros é o seu gozo”, “in – vejoso/ o bem alheio é o seu desgosto”… 🙂
inVEJoso me lembra de VEJa, não sei por que…
iê-iê-iê nordestino nervoso (& os calmantes) no final de “Invejoso”
…e um tecnobrega bem caribenho misturado no meio… acho que é a melhor faixa do disco, será?…
Não consigo lembrar quem era o cara iê-iê-iê que cantava um rock sobre inveja, ou algo parecido… Sergio Murilo? Mas SM não era iê-iê-iê…
7, “Envelhecer”, parceria com Jeneci e (o pernambucano) Ortinho. não começa muito atraente.
…mas depois a melodia cresce, e a letra produz achados à AA: “eu quero por Rita Pavone no ringtone do meu celular”!
“ser eternamente adolescente, nada é mais demodê”, (titãs do) ié ié!
“eu quero (…) que quando eu esquecer meu próprio nome me chamem de velho gagá”. Fofo. E profundo.
Um disco contra a (chatérrima) síndrome de Peter Pan do rock’n’roll (de roqueiros e de seus fãs)?
@pdralex e o clipe de “longe” é bem bonito também. http://migre.me/77uV. 6, 5, 4, 3, 2, 1…
8, “Sua Menina”, balada suave (e roqueira), mas uma pancada. A “bruxa” @yokoono cantaria facilmente esse rock antimisógino.
E as rimas são um desbunde brega-cafona-calypso-jovem-guardista:
“Você trata muito mal sua princesa/ um dia ela vai virar a mesa”
“Você trata muito mal sua pequena/ um dia ela vai sair de cena”
Tá vendo por que é iê-iê-iê com linguagem moderna? “com certeza ela vai sumir comigo/ vai fugir comigo/ vai sumir comigo sim”
É uma “Namoradinha de um Amigo Meu” sem culpa, né? Um Roberto Carlos (meio) de esquerda…
Tô ouvindo uma Marisa Monte nos vocais de fundo, ou é impressão minha?
9, “Um Kilo” (na capa), ou ou “Um Quilo” (no encarte). Tecnobreguíssimo.
E nordeste-pernambucamíssimo: Del Rey, Mula Manca & A Fabulosa Figura, Academia da Berlinda.
@pdralex eu não sei o que é isso que você está ouvindo, mas essas rimas são de doer! Gongo djá!
“O céu não sai de cima”, releitura do RC de “eu te darei o céu, meu bem”?
“Mexerico da Candinha” pansexual às avessas: “se usa camisola camiseta ou camisinha/ também não é da conta da vizinha”
Agora virou guitarrada paraense, Los Pupuña, Pio Lobato etc. Ou Suzana Flag, cadê o Suzana Flag que arrasou no tributo ao Odair José???
10, “Sim ou Não”, reminiscências titânicas – parceria com Branco Mello. Afinal, AA foi Titãs que foi Titãs do Iê Iê…
Mais pra new wave que pra funk carioca.
(para) @Crintzs ai, os preconceitos… … …
@dafnesampaio a banda chegou por aqui não tem muito tempo. é @bandasuzanaflag
11, “Meu Coração”, AA e Ortinho, um quê(zão) de Serge Gainsbourg (a propósito, existe algo mais moderno que Serge Gainsbourg?).
Uma certa cantora (também cearense) uma vez me disse que Wando era o Gainsbourg brasileiro. Espero tanto, até hoje, o Serge Wandsbourg dela
Tinha uma antipreconceito contra a velhice, essa é a antipressa: “Só corre e nunca chega na frente/ se chega é pra dizer ‘vou embora'”
A gente sabe muito bem como é isso de chegar só pra dizer “vou embora”, né?
(para) @dafnesampaio Sim, eu sigo a @bandasuzanaflag, mas quase nunca ouço eles falarem…
12, “Luz Acesa”, a última, mais um reencontro de Titãs: parceria com Marcelo Fromer (deve ser antiga, né?) e Sérgio Britto.
Algo meio ska, meio Paralamas… New wave… Aliás, new wave é um gênero morto, como AA diz no release que o iê-iê-iê é?
Sei não, eu não concordo muito com isso de o iê-iê-iê ser um gênero morto… a Banda Calypso por acaso está morta?
Não tá, e vende disco como água.
Acabou. Resumo da ópera-pop-warhol? Um grande disco, prontofalei.
E, pronto, calei. “Você trata muito mal sua princesa um dia ela vai virar a mesa.”
Só mais uma, pra quebrar o clima AA, genial RT @arnaldobranco PUTA MERDA, OURO > Originais do Samba na TV Cultura, 1972 http://migre.me/77Am
+- meia hora depois:
Leoni_a_jatoOnde você viu isso? RT @pdralex: Obs.: não é uma gravadora que lança o disco de AA, e sim uma fábrica de cosméticos.
oonacastro@pdralex muito boa a crítica de Pedro Alexandre Sanches sobre o novo disco do Arnaldo. Muy bueno!
Leoni_a_jatoTambém achei. É incomodamente original. RT @pdralex: Acabou. Resumo da ópera-pop-warhol? Um grande disco, prontofalei.
@Leoni_a_jato É a patrocinadora, Leoni, a Natura…
@oonacastro gracias, Oona!!! e viva os tempos digitais, né?… 🙂
Então, foi mais ou menos isso. Arnaldo Antunes, partindo de Yoko Ono e chegando aos Originais do Samba (e a um comenário do Leoni, que sempre soube dar valor ao iê-iê-iê).