dois shows raros. dois shows claros.

o fellini, no studio sp, semana passada, impôs sua cadência, sua ironia, suas explosões controladas de guitarras & visões.
uma coisa meio sonic youth, meio yo la tengo, meio lanny gordin.
tava com pegada de guitar band, vejam só!
una margarita y una dancinha no balcão e lá pelo meião eu vi o rodrigo carneiro rindo muito, sacando tudo, grande figura.
diziam os fellinianos que era pela última vez, mas o cadão me confidenciou depois que houvera um convite no camarim, e que eles toparam, e que haverá uma outra última vez nos próximos dias.

chovia e tava frio na sexta, mas não era isso que tornava a noite triste.
era algo mais fundo.
ainda assim, sergio sampaio reencarnaria no palco do sesc vila mariana, na toada do capixaba trio zebedeu, e eu tinha combinado de rever aqueles heróis.
o repertório era o fino, juliano gauche tava cantando divinamente, e julinho & fabinho, nos violões de seis e sete cordas, com seus ternos xadrez siamês, arrepiavam.
descobri mais uma canção de SS que ignorava, e que é finérrima:

“pode inventar mentiras e até publicar
dizer que eu não sirvo mesmo pro amor
que eu sou um narcisista e um mau compositor
que se eu morrer agora ninguém vai chorar
que os vícios da cidade toda estão em mim”

todos os 400 que sabiam foram ao fellini, que lotou.
quase ninguém foi ao zebedeu, mas para quem foi, foi um puta sortilégio.
às vezes parece que é assim mesmo, que as coisas foram feitas pra gente sob encomenda.

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3 COMENTÁRIOS

  1. Rapaz, vamos entrar em estúdio quarta que vem para começar a gravar o Sergio Sampaio. Nem assim está no repertório.

    Estamos tentando fechar outros shows por aí. No mundo SESC e em outros mundos. bebemos São Paulo inteira. No final perdemos o vôo e tivemos que fazer serão no bar do juarez até o outro Vôo. nove horas de birita e muita conversa boa.
    Obrigado por tudo, meu bom.

    João Moraes

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