O Masp revê a relação de Hélio Oiticica com os ritmos populares em mostra online
Na quinta 23, o Museu de Arte de São Paulo (Masp) promoveu a primeira abertura digital de uma exposição, do artista carioca Hélio Oiticica (1937-1980). Adiada por causa da pandemia, Hélio Oiticica: A Dança na Minha Experiência integra o projeto Histórias da Dança, articulado pelos curadores do museu.
Morto há 40 anos, Oiticica, um dos fundadores do Grupo Neoconcreto, em 1959, teve 126 trabalhos selecionados para uma exposição física, postergada. Oiticica nutriu grande afeição pela escola de samba Estação Primeira de Mangueira, da qual foi passista. Em 1965, Oiticica chegou à mostra Opinião 65, no Museu de Arte Moderna do Rio, em um cortejo formado de sambistas e instrumentistas da Mangueira, todos vestidos com uma das obras-chave do artista, os Parangolés, numa procissão anti-ritualística que marcou sua carreira. Ele preconizava a participação do espectador da obra de arte como elemento integrante de seu discurso e buscava a dança popular como um ato de “desinibição intelectual”.
A abertura digital da mostra foi com uma live no Instagram, além de um tour virtual com o curador Tomás Toledo (a transmissão ficará disponível nas redes do museu e, a partir daí, as vistas da mostra ficam disponíveis online, em masp.org.br). O catálogo da exposição (139 reais) com versões em português e inglês, também já está disponível para compra pelo email loja@masp.org.br. O esforço de manter uma programação online não arrefeceu o impacto do fechamento físico no Masp, que demitiu nos últimos dias 21 funcionários, 13% do seu efetivo.