O dramaturgo Koffi Kwahulé (1956), da Costa do Marfim, tem mais de 30 peças publicadas, traduzidas em dezenas de línguas e montagens delas em países da Europa, da África, dos Estados Unidos, Canadá, Japão e Austrália e América Latina. Big Shoot, texto de 2000, estreia em São Paulo, dentro do especial que o Sesc Belenzinho realiza em sua homenagem.
A dramaturgia de Kwahulé trabalha com grande ênfase na oralidade de seus textos, o que torna mais difícil o trabalho de tradução. Big Shoot foi traduzido pela atriz e diretora franco-brasileira Janaína Suaudeau. Ela e Sofia Boito idealizaram essa mostra e conheceram a obra desse franco-marfinense quando moravam na França. “Quando nos encontramos, entendemos nossa oportunidade de fazer algo maior, mais expressivo e que pudesse apresentar a obra do Koffi num mesmo projeto”, afirmou Janaína.
A peça traz em cena um carrasco, chamado apenas de Senhor (Daniel Costa) que se finge de artista, incitando a plateia a ver o espetáculo do seu crime e se tornar cúmplice dele sobre a vítima Stan (Daniel Infantini). Com forte carga dramática, o cenário de Ulisses Cohn trabalha sob uma arena quadrada, com duas cadeiras metálicas, imagem fartamente reconhecível nos filmes que reproduzem as salas de interrogatórios dos Estados Unidos. A música ao vivo é executada por Conrado Goys e Pedro Gongom.