Após demolição, Teatro Ventoforte revive com sua primeira peça, de 50 anos atrás

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Ex-integrantes, público e simpatizantes do Teatro Ventoforte cantam sobre as ruínas da demolição do espaço, empreendida pela Prefeitura de SP
O Teatro Ventoforte foi destruído em fevereiro por máquinas da Prefeitura de São Paulo, que entraram no terreno que a companhia ocupava, no Parque do Povo, e reduziram a detritos os espaços cênicos e a Escola de Capoeira Angola Cruzeiro do Sul (que atuava em simbiose com o teatro, encabeçada por Mestre Meinha). Sete meses depois, o Ventoforte ressurge no palco do Sesc Belenzinho para retomar sua história e legado.

No próximo dia 27 de setembro, ao meio-dia, será apresentado no Sesc Belenzinho o espetáculo História de Lenços e Ventos, criado em 1974 pelo fundador do grupo, Ilo Krugli, em plena ditadura civil-militar. O nome da companhia vem desse texto, que marcou a fundação do Teatro Ventoforte e é apontado como um espetáculo que “revolucionou a cena infantil ao tratar com poesia, imaginação e simplicidade temas de resistência e esperança”. Reconhecida pelo público e pela crítica, a peça percorreu o mundo e atravessou gerações de artistas. Ilo Krugli, nascido na Argentina e radicado no Brasil, é apontado como um artista que transformou o teatro para as infâncias no Brasil, promovendo a integração de linguagens, incorporando as culturas populares brasileiras e expandindo o conceito de ação social e cultural. Após mais de cinco décadas de atuação, o grupo enfrentou dois marcos decisivos: a morte de Krugli (em 2019) e a violenta demolição de seu espaço histórico pelo próprio poder público, que deveria preservá-lo. “A partir dessas perdas, novas gerações seguem reinventando a poética por meio de iniciativas como o podcast Lenços e Ventos, as lives Como o Vento, a criação da Associação Memória Viva Ventoforte e propostas como Girassol do Fogo, que unem espetáculos e atividades pedagógicas para manter viva a memória e a força criativa do grupo”, aponta texto do grupo.

A remontagem da primeira peça do Ventoforte, na circunstância de vigília e luta pelo reerguimento do espaço físico do Ventoforte, é um esforço da Associação Memória Viva Ventoforte, criada justamente para manter acesa a luta. A nova montagem é dirigida por Rodrigo Mercadante e reúne artistas de diferentes gerações. A história narra a saga de Azulzinha, lencinho azul de seda, que vive junto com outros lenços em um grande quintal, mas que acalenta o sonho de aprender a voar. Tocada pelo vento, ela acaba presa por soldados do Rei Metal Mau que vive no Castelo Perfeito onde a ordem e o tédio imperam. O bravo Papel, um pedaço de jornal, alia – se a outros lenços e personagens fantásticos criados no palco pelos atores, para libertar seu amor.

Histórias de Lenços e Ventos.
Duração: 75 minutos
Recomendado para: Livre
Ficha técnica:
Texto: Ilo Krugli Direção: Rodrigo Mercadante, Dinho Lima Flor e Karen Menatti
Elenco: Beth Brait Alvim, Arce Correia, Karen Menatti, Eduardo Bartolomeu, Eliane Weinfurter, Artur Mattar e Jozéffa Duarte.
Direção Musical: Márcia Fernandes
Músicos: Márcia Fernandes, Edú Guimarães, Paulo da Rosa e Mário Deganelli
Preparador Corporal: Arce Correia Bonecos,
Adereços e Cenário: Ademir de Castro e Paulo Farah
Figurinos: Karla Pê
Orientação de Figurinos: Ana Maria Carvalho
Costura: Ivete Fernandes
Iluminação: Fagner Lourenço
Coordenação do projeto: Beth Brait Alvim e Eduardo Bartolomeu
Direção de Produção: Rafael Ferro Produção
Executiva: Jandilson vieira
Assistência de Produção: José Marcos Pires Bueno
Realização: Associação Memória Viva Ventoforte e Ferro Produções
Rede sociais: https://www.instagram.com/ciaventoforte/

Limite de 4 ingressos por venda/atendimento.
Todos que adquirirem ingressos com desconto devem apresentar o seu comprovante na entrada. (Credencial Sesc, Estudante, Aposentado, Servidor Escola Pública…).
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1 COMENTÁRIO

  1. O Teatro move a vida para além da morte
    Sempre renasceremos nos territórios que clamam por transformação, convívio, partilha e afeto, por arte.

    Ventoforte vive e viverá.

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