Brasil é convidado de honra do Festival Internacional Cervantino, no México

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Filipe Catto - foto: Juliana Robin/ divulgação
Filipe Catto - foto: Juliana Robin/ divulgação
Céu - foto: Fernando Mendes/ divulgação
Céu – foto: Fernando Mendes/ divulgação
Francisco, el Hombre - foto: divulgação
Francisco, el Hombre – foto: divulgação

Quando o México foi desclassificado, em casa, na Copa do Mundo de 1970, sua torcida adotou a seleção brasileira, que se sagraria tricampeã mundial. Brasil e México são largamente reconhecidos por sua teledramaturgia e por aqui o seriado Chaves sempre fez enorme sucesso.

Os países voltam a se encontrar e celebrar entre si na 52ª. edição do Festival Internacional Cervantino, que acontece até 27 de outubro em Guanajuato, cidade mexicana reconhecida como Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco, e tem o Brasil como país convidado de honra.

A participação brasileira integra as celebrações da iniciativa “Ano Dual 2023-2024: presença do Brasil no México e do México no Brasil”, que marca os 190 anos de relações diplomáticas entre os países. O evento tem curadoria de Jonas Klabin e Cesar Augusto.

A lista de atrações é imensa e abrange diversas linguagens artísticas, superando estereótipos com que comumente são retratados os latino-americanos, por exemplo no cinema hollywoodiano. Hoje (17) Filipe Catto apresenta sua homenagem a Gal Costa (1945-2022) com o show Belezas São Coisas Acesas Por Dentro, título de seu álbum mais recente.

Sábado (19) e domingo (20) o grupo potiguar Clowns de Shakespeare – que esteve em São Luís este ano – apresenta o espetáculo Ubu: O Que é Bom Deve Continuar!, concebido como uma possível continuação da obra clássica Ubu Rei (1888), de Alfred Jarry (1873-1907). Também domingo a cantora e compositora Céu apresenta Novela, seu novo álbum.

Filmes como Cidade de Deus (2002), de Fernando Meirelles, Tropa de Elite (2007), de José Padilha, Vaga Carne (2022), de Grace Passô, a animação O Menino e o Mundo (2014), de Alê Abreu, e Máquina do Desejo (2023), documentário de Joaquim Castro e Lucas Weglinski sobre o Teatro Oficina Uzyna Uzona (do inesquecível José Celso Martinez Corrêa [1937-2023]) levam ao México um panorama do cinema brasileiro recente.

A Companhia de Dança Deborah Colker, o Grupo Galpão, as bandas Pietá e Francisco, el Hombre (que tem integrantes mexicanos e brasileiros), o violonista João Camarero e o cantor e compositor Lenine são outros nomes que integram a programação do evento, considerado um dos mais importantes da América Latina. A programação completa pode ser acessada no site do festival.

Lenine respondeu duas perguntas enviadas pela reportagem.

Lenine - foto: Jairo Goldflus/ divulgação
Lenine – foto: Jairo Goldflus/ divulgação

DUAS PERGUNTAS PARA LENINE

ZEMA RIBEIRO: Você já gravou com Julieta Venegas e se apresenta com a Francisco, el hombre. Que outras conexões suas com o México você destacaria?
LENINE: Já estive no México por duas vezes. Na Cidade do México e na Festa Literária de Guadalajara. Tenho uma profunda admiração pela cultura desse país. Conheci Julieta Venegas num projeto do compositor Pedro Guerra em Madrid e depois trouxe Julieta para gravar comigo no Brasil no projeto Acústico MTV. Tenho um ídolo maior, acho que o maior de todos. É como se fosse uma espécie de Tom Jobim [1927-1994] mexicano, que sempre foi um grande expoente para mim. Mas, meu contemporâneo, eu diria Café Tacvba, que é outra banda que eu gosto muito e que acompanho desde sempre.

ZR: Em relação ao show com a Francisco, el hombre, que encerra o festival, o que vocês estão preparando?
L: Bom, em relação à parceria com o Francisco, el Hombre, acontece que eu acabei de participar do disco mais recente que eles fizeram, e eu tive esse prazer de ser convidado para dividir a canção “O que existe é o agora”, que a gente vai tocar no Festival Cervantino, e também faremos alguma canção do meu repertório, acho que “Jack Soul Brasileiro”. Queremos promover aquele momento de intercâmbio, de ponta e ponte.

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