Como sua obra pode contribuir para o imaginário de um Brasil possível?

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A abolicionista e militante negra pela alfabetização Maria Amanda Paranaguá (1849-1931) - foto: reprodução
A abolicionista e militante negra pela alfabetização Maria Amanda Paranaguá (1849-1931) - foto: reprodução
O abolicionista e jornalista José do Patrocínio (1853-1905) - foto: reprodução
O abolicionista e jornalista José do Patrocínio (1853-1905) – foto: reprodução

Artistas pretos e pardos devem responder a esta pergunta no ato de inscrição no edital aberto para a exposição Constituinte do Brasil Possível, que selecionará 10 artistas negros para um exercício de imaginação: o que seria do Brasil, hoje, se em 14 de maio de 1888, um dia após a abolição da escravatura, pretos e pardos, então já a maioria da população brasileira, tivessem sido vistos como sujeitos decisivos nos debates e encaminhamentos de projetos políticos, sociais e culturais?

Isto não ter acontecido contribuiu para o 13 de maio ser corretamente chamado por militantes do movimento negro brasileiro de falsa abolição: no dia seguinte à assinatura da Lei Áurea os negros passaram de escravos a marginalizados – algo que, sabemos, praticamente não mudou em mais de 130 anos.

“No 14 de maio fabulado por nosso time de historiadores, pretendemos discutir um atraso de 66 anos que separa a afirmação da independência e uma não participação equitativa da população negra e indígena na sociedade. Personagens que atuaram na sociedade civil e na política poderão se fazer presentes na Constituinte como alguém que deixou um legado. São alguns deles: Maria Amanda Paranaguá, Tia Ciata (1854-1924), André Rebouças (1838-1898), José do Patrocínio e Machado de Assis (1839-1908), entre outros”, explica a professora de História da UnB Ana Flávia Magalhães Pinto, coordenadora da pesquisa e curadora da futura exposição, no material de divulgação distribuído aos meios de comunicação.

A exposição Constituinte do Brasil Possível integra o Projeto Linha de Cor, iniciativa inédita que envolve pesquisa, educação e audiovisual realizados por pessoas negras, contemplada pelo Edital Pró-Carioca Diversidade Cultural – Edição Paulo Gustavo – SMC nº 04/2023, da Prefeitura do Rio de Janeiro, através da Secretaria Municipal de Cultura.

O edital selecionará 10 propostas artísticas inéditas de pessoas autodeclaradas pretas ou pardas com idade a partir de 18 anos. Cada artista selecionado receberá R$ 4.500,00 para executar sua obra, com previsão de exibição no Centro Cultural dos Correios do Rio de Janeiro em outubro que vem.

As inscrições são gratuitas e devem ser realizadas neste formulário on-line até às 23h59 de 26 de junho. O resultado será divulgado no site e nas redes sociais do projeto dia 15 de julho de 2024.

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