O mestre Humberto de Maracanã (1939-2015) em cena de
O mestre Humberto de Maracanã (1939-2015) em cena de "Tambores do Maranhão" - frame/reprodução

Exibição gratuita acontece no Centro Cultural Vale Maranhão nesta sexta-feira (23), às 19h

Sincretismo e miscigenação caminham de mãos dadas ao longo do documentário Tambores do Maranhão (Brasil, 1996, 49 minutos), de Paulo Cesar Soares. O filme terá exibição gratuita nesta sexta-feira (23), às 19h, no Centro Cultural Vale Maranhão (CCVM, Rua Direita, 149, Praia Grande), ocasião em que será lançado o Acervo Tambores do Maranhão/Paulo Cesar Soares.

Trata-se das mais de 60 entrevistas originais, realizadas para o documentário, com pesquisadores/as e mestres/as da cultura popular, que a partir da data estarão disponíveis para consulta a interessados/as em geral, mediante solicitação. Tambores do Maranhão traça um vasto panorama sobre a força e a diversidade rítmica da cultura popular do Maranhão e de sua religiosidade, em geral de matriz africana, mas marcada pelo cruzamento com as culturas indígena e europeia. Não é raro haver interseções entre um e outro campo, o da cultura popular e o da religião, às vezes tornando-se uma coisa só.

Produzido por Cláudia Bayma e Otávio Rodrigues, o filme retrata manifestações como o tambor de crioula, o tambor de mina, o tambor de taboca, a quase desconhecida dança do Congo (no Quilombo do Frechal, em Mirinzal/MA), o bumba meu boi, o caroço e a festa do Divino Espírito Santo, passeando por municípios como São Luís, Alcântara, Cururupu e Rosário, cerzido por depoimentos de verdadeiras autoridades no assunto: os antropólogos Sérgio (1937-2018) e Mundicarmo Ferretti, a folclorista Zelinda Lima, Humberto de Maracanã (1939-2015), Zé Pereira Godão (um dos inventores da Companhia Barrica), Pai Euclides Menezes Talabyian (1937-2015), então babalorixá da Casa Fanti-Ashanti, e Dona Terezinha Jansen (1928-2008), então coordenadora do Boi da Fé em Deus, entre outros.

Além dos depoimentos, aqui e acolá aparecem também figuras fundamentais deste universo, em meio às danças que fizeram suas famas e em certa medida lhes deram sobrenomes artísticos, como Dona Elza (1935-2013), do Caroço de Tutóia, Dona Teté (1924-2011), do Cacuriá, e Mestre Felipe (1924-2008), do Tambor de Crioula, além de cartões postais pulsantes ao som dos tambores do título, dado o caráter majoritariamente percussivo que marca a música de todas essas manifestações – interessante observar alterações sofridas pelas paisagens das cidades nas quais Tambores do Maranhão foi rodado.

O documentário levou o troféu de melhor vídeo nacional na 22ª. edição do Festival Guarnicê de Cinema. Sua exibição nesta sexta (23) contará com a presença do cineasta paulista Paulo Cesar Soares, seu diretor. A entrada é gratuita.

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Assista Tambores do Maranhão:

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