O Anfiteatro José Asunción Flores se prepara para receber o festival ReciclArte - foto: Instagram @reciclartepy

Nos dias 27 e 28 de setembro, Assunção, a capital do Paraguai, vai se transformar em um dos lugares que vai concentrar mais trabalhadores da música por metro quadrado na América do Sul. É o G5 Conexiones – ReciclArte, que irá tomar de assalto a Manzana de la Rivera, bem no centro da capital paraguaia, com uma programação intensa para gerar networking e aprendizagem do público participante com nomes representativos da indústria musical internacional. São 13 países presentes e 247 convidados internacionais. Nos dois dias, irão se revezar no palco cerca de 550 artistas e serão apresentados 37 shows musicais em 47 salas oficiais do evento.

Artistas, empresários, jornalistas musicais, agentes e produtores se encontram para gerar estratégias conjuntas para desenvolver a indústria musical do Paraguai, com reflexos diretos para toda a região próxima à capital paraguaia, como Missiones, Formosa e Resistencia, na Argentina, e Rio Grande do Sul, Paraná e Mato Grosso do Sul, no Brasil. Será possível ter contato com representantes de 87 festivais internacionais e 24 autoridades do exterior, além de 27 meios de comunicação e 21 jornalistas especializados em comunicação cultural. Haverá a presença de cerca de 90 instituições, organizações e selos discográficos do Paraguai. São 11 instituições paraguaias apoiando o evento. 

O G5 Conexiones – ReciclArte terá painéis com os temas “Cultura e Indústria”, “Desafios e Casos de Sucesso na Região”, “Cultura e Meio Ambiente” e “Políticas Culturais e Responsabilidade Social”. Nos dias 27 e 28 acontece o Seminário de Jornalismo Musical e Comunicação Cultural e no dia 28, o I Encontro Internacional Summit de Gestores, Produtores, Programadores Públicos e Privados com Perspectiva Ambiental. O público e os convidados irão conhecer diferentes iniciativas paraguaias, além de showcases, espaços de networking e uma visita guiada ao laboratório de Fernando Amberé, que desenvolve em seu projeto Hydro instrumentos que emitem sons por meio da água. 

Entre os convidados do Brasil estão nomes como os produtores Felipe França (Difusa Fronteira e Festival Mucho), Lucas Hanke (festivais Morrostock, Lisergia e MorroDalia) e Leandro Ramajo (School of Rock) e o jornalista Talles Lopes, co-fundador e editor da Mídia Ninja. Vários importantes nomes no periodismo musical do continente sul-americano estarão presentes, como o experiente Humphrey Inzillo, editor da revista Rolling Stone da Argentina. 

Aquecimento

Na verdade, o G5 Conexiones – ReciclArte é uma espécie de prelúdio para o festival Pilsen ReciclArte, que irá acontecer nos dias 29 e 30 de setembro no gigantesco Anfiteatro José Asunción Flores, na cidade de San Bernardino, vizinha a Assunção. Realizado desde 2014, o festival terá 23 shows como nomes como o mexicano Café Tacvba, o uruguaio No Te Va a Gustar e os argentinos Cuarteto de Nos e Airbag. A maioria dos artistas, no entanto, é do Paraguai, como Nestor Ló & Los Caminantes, Altamiro, Villagrán Bolaños e Flou, ou da região próxima à capital paraguaia, como a banda Guauchos, da vizinha Formosa, na Argentina. 

O local onde o festival volta a ser realizado é um capítulo à parte, pois a arena tem capacidade para 20 mil pessoas e fica à beira do famoso Lago Ypacaraí. Já tocaram no lugar nomes como Rick Wakeman, Soda Stereo, Ziggy Marley, Ricky Martin, Fito Páez e Mercedes Sosa, assim como os brasileiros Roupa Nova, Os Paralamas do Sucesso, Daniela Mercury e até o “rei” Roberto Carlos

Assim como o nome indica, o festival é voltado para as causas do meio ambiente e, por isso, promove também o G5 Conexiones – ReciclArte para que a indústria da música, da cultura e do meio ambiente se reúnam para refletir e criar metas conjuntas para o desenvolvimento sustentável da região e desta maneira promovam festivais musicais conscientes, como o caso do ReciclArte, que pretende ser o “primeiro festival carbono zero” do Paraguai e do continente sul-americano. Mas o texto já está grande demais e vou deixar para aprofundar este assunto do meio ambiente, gás carbônico e resíduos produzidos por eventos culturais para os próximos textos. Partiu, Paraguai. 

Mais informações: 
@g5.conexiones.py
@reciclartepy

Rodrigo Teixeira é jornalista gaúcho radicado em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, pesquisador e autor dos livros Os Pioneiros – A Origem da Música Sertaneja de Mato Grosso do Sul (2010) e Prata da Casa – Um Marco da Cultura Sul-Mato-Grossense (2016). Como músico, assinando-se RodTex, desenvolve trabalho solo e toca no trio Hermanos Irmãos, com Jerry Espíndola e Márcio de Camillo, e do Clube do Litoral Central com outros músicos de Campo Grande.

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