João Jorge, do Olodum, é nomeado presidente da Fundação Cultural Palmares

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João Jorge de Oliveira, diretor do Olodum, advogado e ativista

Três meses após sua indicação, foi finalmente nomeado nesta terça-feira, 21, o novo presidente da Fundação Cultural Palmares, o diretor do Olodum, João Jorge Santos Rodrigues. O nome de João Jorge, ativista e advogado ligado ao PSB, fora o primeiro a ser anunciado por Margareth Menezes, antes mesmo do Natal, mas tornou-se o último a ser confirmado no Diário Oficial da União.

A Fundação Cultural Palmares é o órgão de promoção da cultura afro-brasileira e combate ao racismo e foi dirigido no governo Bolsonaro por um declarado inimigo do conceito de afro-brasileiro, Sérgio Camargo, que ele chama de “negrada vitimista”. Por conta disso e outras ações de assédio, responde a diversos processos judiciais. Camargo sucateou e aparelhou ideologicamente a instituição, tornando-a centro de polêmicas e controvérsias e sem ação efetiva. Após sua saída, o substituto ficou sendo um homem de sua confiança, Marco Antonio Evangelista da Silva.

João Jorge Santos Rodrigues assume a fundação no mesmo dia em que o presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Leandro Grass, cria o Comitê Gestor do Sítio Arqueológico do Cais do Valongo, inscrito na lista do Patrimônio Mundial, que a Palmares integra junto com outros 32 organismos. Principal porto de entrada de africanos escravizados no Brasil e nas Américas, o Cais do Valongo, localizado no Rio de Janeiro, passou a integrar a Lista do Patrimônio Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), em 1º de março de 2017. O Brasil recebeu perto de quatro milhões de escravos, durante os mais de três séculos de duração do regime escravagista. Pelo Cais do Valongo, na região portuária da cidade, passou cerca de um milhão de africanos escravizados em cerca de 40 anos, o que o tornou o maior porto receptor de escravos do mundo. A recuperação do Cais do Valongo, descoberto em 2011 com as obras do Porto Maravilha, se insere numa estratégia do governo de promover mais intensamente a igualdade racial, como um símbolo do reconhecimento da inestimável contribuição dos africanos e seus descendentes à formação e desenvolvimento cultural, econômico e social do Brasil e do continente americano

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