Em tradução literal, soul é literalmente alma. Não demoram muitos acordes para o ouvinte ser fisgado para o clima soul (ou neo soul, como ele mesmo prefere) – com pitadas de rhythm’n blues, dream pop e indie rock – de “Tanto”, segundo disco de Tagua Tagua, persona com que o produtor musical e compositor gaúcho Felipe Puperi tem conquistado um fã-clube fiel em seu Brasil natal, além de Portugal, Espanha e Estados Unidos, países em que apresentou shows de “Inteiro Metade”, seu disco de estreia, lançado em 2020.
Inteiramente cantado em português, “Tanto” sai pela gravadora norte-americana Wonderwheel Recordings e o artista já revelou três singles, antecipando o álbum completo: a faixa-título, “Colors” e “Pra Trás”. É um disco delicioso de se ouvir, conseguindo se equilibrar entre soar original e ao mesmo tempo evocar grandes nomes dos gêneros que o permeiam.
Tagua Tagua resume o conceito do álbum: “É sobre se apaixonar por se apaixonar. Uma mistura de diferentes sensações e sentimentos. Gosto de pensar que você flutua pelas letras e pode imaginar esses muitos encontros e como eles mudam as coisas todas”. Quem ouvir, verá.
“Imaginei teus lábios nos meus/ desalinhei/ me afoguei em ti/ fantasiei um tanto de nós”, começa a letra de “Me Leva”. “Encantei na tua levada/ desvendei o teu azul/ fiz de ti minha jornada/ meu norte, meu sul”, canta em “Brisa”. E “Vou deslizando até te encontrar/ escorregando em todo lugar/ vou deslizando até te achar/ pra te olhar até cansar” são os versos que encerram “Starbucks”, para ficarmos em uns poucos exemplos.
O artista compôs e registrou “Tanto” em seu home studio e depois chamou amigos para alguns dias de imersão, nas montanhas. O álbum foi gravado em São Francisco Xavier, interior de São Paulo, perto de Minas Gerais. “Foi uma criação bem solitária, como costuma ser o meu processo. Fico bastante tempo pirando nas ideias e instrumentos até me conectar com as músicas de fato e entender que elas são um conjunto e que fazem sentido juntas”, conta, sobre o conceito do álbum (em tempos de singles). “A partir disso, chamei músicos amigos que tocam comigo e fomos pro meio do mato ficar alguns dias gravando coisas e lapidando essas ideias. É um processo que gosto bastante e acho que funcionou bem nesse caso”, resume.
Estão com ele Leo Mattos (bateria e percussão), João Augusto Lopes (guitarra e baixo na faixa-título e guitarra em “Me Leva”), Daniel Pires da Silva (viola em “Pra Trás” e “Colors”), Ricardo Takahashi (violino em “Pra Trás” e “Colors”), Tiago Paganini (idem), Jonas Moncaio (violoncelo em “Pra Trás”, “Colors” e “Te Dizer”), Alessandra Romero (violino em “Te Dizer”), Kassio Tonelo (idem) e Cristiano Florindo (viola em “Te Dizer”).
Na capa de “Tanto”, Tagua Tagua volta a trabalhar com João Lauro Fonte, que assinou também a capa de “Inteiro Metade”, distanciando-se daquela primeira arte visual. Além das plataformas de streaming em que aterrissa nesta sexta-feira (3), o novo disco sai também em vinil.
Com o lançamento de “Tanto”, Tagua Tagua também anuncia as primeiras datas brasileiras da turnê de lançamento: 28 de abril, no Estelita, em Recife/PE; dia 29, Vila do Porto, João Pessoa/PB; 5 de maio, Shiva, em Goiânia/GO; 6, Infinu, Brasília/DF; 13, Galpão Ladeira, Rio de Janeiro/RJ; 19, Casa Natura, São Paulo/SP; 26, Autêntica, Belo Horizonte/MG; 2 de junho, Agulha, em Porto Alegre/RS; 3, em local a definir em Florianópolis/SC; e dia 10, no Arnica, em Curitiba/PR.
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