A alma neo soul de Tagua Tagua

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Retrato: Guillermo Calvin/ Divulgação
Retrato: Guillermo Calvin/ Divulgação

Em tradução literal, soul é literalmente alma. Não demoram muitos acordes para o ouvinte ser fisgado para o clima soul (ou neo soul, como ele mesmo prefere) – com pitadas de rhythm’n blues, dream pop e indie rock – de “Tanto”, segundo disco de Tagua Tagua, persona com que o produtor musical e compositor gaúcho Felipe Puperi tem conquistado um fã-clube fiel em seu Brasil natal, além de Portugal, Espanha e Estados Unidos, países em que apresentou shows de “Inteiro Metade”, seu disco de estreia, lançado em 2020.

Tanto. Capa. Reprodução
Tanto. Capa. Reprodução

Inteiramente cantado em português, “Tanto” sai pela gravadora norte-americana Wonderwheel Recordings e o artista já revelou três singles, antecipando o álbum completo: a faixa-título, “Colors” e “Pra Trás”. É um disco delicioso de se ouvir, conseguindo se equilibrar entre soar original e ao mesmo tempo evocar grandes nomes dos gêneros que o permeiam.

Tagua Tagua resume o conceito do álbum: “É sobre se apaixonar por se apaixonar. Uma mistura de diferentes sensações e sentimentos. Gosto de pensar que você flutua pelas letras e pode imaginar esses muitos encontros e como eles mudam as coisas todas”. Quem ouvir, verá.

“Imaginei teus lábios nos meus/ desalinhei/ me afoguei em ti/ fantasiei um tanto de nós”, começa a letra de “Me Leva”. “Encantei na tua levada/ desvendei o teu azul/ fiz de ti minha jornada/ meu norte, meu sul”, canta em “Brisa”. E “Vou deslizando até te encontrar/ escorregando em todo lugar/ vou deslizando até te achar/ pra te olhar até cansar” são os versos que encerram “Starbucks”, para ficarmos em uns poucos exemplos.

O artista compôs e registrou “Tanto” em seu home studio e depois chamou amigos para alguns dias de imersão, nas montanhas. O álbum foi gravado em São Francisco Xavier, interior de São Paulo, perto de Minas Gerais. “Foi uma criação bem solitária, como costuma ser o meu processo. Fico bastante tempo pirando nas ideias e instrumentos até me conectar com as músicas de fato e entender que elas são um conjunto e que fazem sentido juntas”, conta, sobre o conceito do álbum (em tempos de singles). “A partir disso, chamei músicos amigos que tocam comigo e fomos pro meio do mato ficar alguns dias gravando coisas e lapidando essas ideias. É um processo que gosto bastante e acho que funcionou bem nesse caso”, resume.

Estão com ele Leo Mattos (bateria e percussão), João Augusto Lopes (guitarra e baixo na faixa-título e guitarra em “Me Leva”), Daniel Pires da Silva (viola em “Pra Trás” e “Colors”), Ricardo Takahashi (violino em “Pra Trás” e “Colors”), Tiago Paganini (idem), Jonas Moncaio (violoncelo em “Pra Trás”, “Colors” e “Te Dizer”), Alessandra Romero (violino em “Te Dizer”), Kassio Tonelo (idem) e Cristiano Florindo (viola em “Te Dizer”).

Na capa de “Tanto”, Tagua Tagua volta a trabalhar com João Lauro Fonte, que assinou também a capa de “Inteiro Metade”, distanciando-se daquela primeira arte visual. Além das plataformas de streaming em que aterrissa nesta sexta-feira (3), o novo disco sai também em vinil.

Com o lançamento de “Tanto”, Tagua Tagua também anuncia as primeiras datas brasileiras da turnê de lançamento: 28 de abril, no Estelita, em Recife/PE; dia 29, Vila do Porto, João Pessoa/PB; 5 de maio, Shiva, em Goiânia/GO; 6, Infinu, Brasília/DF; 13, Galpão Ladeira, Rio de Janeiro/RJ; 19, Casa Natura, São Paulo/SP; 26, Autêntica, Belo Horizonte/MG; 2 de junho, Agulha, em Porto Alegre/RS; 3, em local a definir em Florianópolis/SC; e dia 10, no Arnica, em Curitiba/PR.

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Faça a pré-save de “Tanto”:

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