Em Minas, escritores lançam carta contra ataques à democracia

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O Espaço Cultural da Urca, em Poços de Caldas, que abriga a 17ª edição da Flipoços

Em pleno 7 de setembro, os escritores reunidos na 17ª edição da Feira Literária de Poços de Caldas, a Flipoços, em Minas Gerais, lançarão na noite do feriado um manifesto contra qualquer tentativa de golpe de Estado e ataques à democracia. São 170 escritores convidados nesta edição. O manifesto será lido no Teatro da Urca, no Centro de Poços, a partir das 21 horas, com a leitura dos autores Daniel Munduruku, Marcia Kambeba, Thales Guaracy e diversos outros autores convidados.

“É fácil utilizar a democracia e a liberdade para atacar a própria democracia e a liberdade. Difícil, como sabem os mais velhos, é sair de uma ditadura. Por isso, a liberdade tem de ser valorizada, protegida, defendida”, diz o manifesto da festa literária, uma das mais tradicionais do País, que circula desde este 6 de setembro em formato de petição digital. Os organizadores convocam todos a assinarem. “É o momento em que sentimos a necessidade de convidar todos os autores aqui reunidos, e a grande comunidade desta festa, a realizar um manifesto: pela liberdade, pela igualdade, pela democracia, pela justiça social, pela tolerância e pela diversidade”.

“Queremos que nosso grito de independência reverbere em todo País e que nosso Manifesto em defesa da liberdade, da democracia, da justiça social, da tolerância e do respeito à diversidade, ao livro e à literatura, seja ouvido e lido de Norte a Sul do nosso imenso e maravilhoso Brasil”, prossegue o texto. Segundo a organização, o Manifesto Flipoços 2022 é uma “iniciativa apartidária que tem somente a intenção de despertar em todos nós o fundamental papel que temos na luta e defesa da nossa liberdade e direito à cultura e informação”.

A Flipoços 2022 tem o tema A Sinfonia da Literatura, com a interseção entre música e literatura. Na abertura oficial, homenageou Milton Nascimento e os 50 anos do Clube da Esquina. Escritores como Cristóvão Tezza, Paulo César de Araújo, Marcelino Freire, Bela Megale e o trineto de Eça de Queiroz, Afonso Reis Cabral, entre muitos outros, participam do evento.

O manifesto dos escritores se junta a outros já divulgados que demonstram a disposição da sociedade em não aceitar aventuras golpistas, investidas antidemocráticas e atentados contra o sistema eleitoral vigente, por oportunismo, má fé ou simplesmente ímpeto autoritário. “Celebramos hoje o Dia da Independência, data cívica que foi transformada por alguns num movimento contra a liberdade, justamente aquilo que a independência veio nos oferecer”, afirma o documento.

 

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