A Praça da Língua do Museu da Língua Portuguesa, no 3º andar © 2020 Ana Mello Fotografia

A reinauguração, no dia 31 deste mês, do Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, queimado durante um incêndio em 21 de dezembro de 2015, abriga a definitiva declaração de guerra entre o fundamentalismo anticultural do bolsonarismo e as Organizações Globo.

Na terça-feira, 20 de julho, a Secretaria Especial de Cultura do governo Bolsonaro (secundada por sua subordinada, a Secretaria de Fomento e Incentivo à Cultura) notificou as instituições envolvidas no restauro, reaparelhamento e revitalização do museu incendiado – a Fundação Roberto Marinho e a organização social IDBrasil – para, em cinco dias, responderem a questionamentos sobre a divulgação da origem dos R$ 47,7 milhões que captaram pela Lei Rouanet para a reativação e o plano de funcionamento de 2021 do museu.

Ainda no dia anterior, segunda, 19, Mário Frias, secretário de Cultura de Bolsonaro (ironicamente, um ator de recursos modestos, como ele mesmo declarou, que se projetou na TV Globo), ordenou que sua Secretaria de Comunicação divulgasse uma nota belicosa sobre as notificações:

“Conforme divulgado pela imprensa, a Secretaria Especial da Cultura, órgão vinculado ao Ministério do Turismo, comunica que a obra tem realização do governo federal no valor estimado de R$ 56.638.964,81 (valor requerido, mas a captação até o momento foi de R$ 47,7 milhões), por meio da Lei de Incentivo. Assim corrigimos a informação divulgada amplamente pelos meios de comunicação, que a reconstrução do Museu seja do Governo de São Paulo. A Secretaria Especial da Cultura informa que já foram tomadas as providências, fazendo ofícios de diligência aos proponentes. Esclarecemos que a informação é errônea, e a reconstrução do Museu da Língua Portuguesa é mais uma obra entregue com recursos do Governo Federal”.

A disputa pela primazia de uma obra financiada pelo incentivo não é a primeira entre o governo federal e o governo do estado de São Paulo. Já houve bate-boca acerca da origem dos recursos que financiaram a maior parte das obras do Museu do Ipiranga (Frias e seu substituto, André Porciúncula, fazem política por meio de intrigas nas redes sociais). A diferença é que agora os talibãs bolsonaristas resolveram utilizar o aparato do Estado para fustigar legalmente os operadores da reforma do Museu da Língua Portuguesa, abrindo um novo procedimento de diligências e ameaçando uma retaliação burocrática. É evidente que a secretaria de Mário Frias não conseguiria fazer uma obra nem para mudança de lugar da máquina de café de sua sede, e a própria nota de sua secretaria plagia em determinado trecho o release oficial da secretaria de Cultura do Estado de São Paulo. A operacionalização de uma obra como o Museu da Língua Portuguesa requer um trabalho extraordinário de planejamento e conceitualização.

O governo paulista informou, em material de divulgação público, que os recursos necessários para a reconstrução do Museu da Língua Portuguesa foram de R$ 85,8 milhões, creditando que “a maior parte do valor é proveniente de parceria com a iniciativa privada via lei federal de incentivo à cultura e indenização do seguro contra incêndio”. Mas não informa de quanto foi a contrapartida do governo de São Paulo, os recursos do orçamento estadual diretamente investidos na obra.

Os logotipos do governo federal, da Lei de Incentivo, da Secretaria de Cultura e do Ministério do Turismo estão estampados em todo o material promocional do museu, ao contrário do que diz a nota da Secretaria Especial de Cultura. Como é amplamente sabido, pela Lei Rouanet as empresas são autorizadas a destinar parte do seu Imposto de Renda devido (que iria para os cofres públicos) a projetos culturais. Não é o governo que realiza, ele autoriza republicanamente os usos dos recursos por intermédio de uma comissão independente – o anseio de personalizar o trabalho é uma distorção do papel do Estado.

O museu teve como patrocinadora máster a EDP (subsidiária da empresa portuguesa de distribuição de energia elétrica EDP Brasil, que opera nos estados de São Paulo e Espírito Santo), além de empresas do Grupo Globo, Grupo Itaú Unibanco e Sabesp; e apoio da Fundação Calouste Gulbenkian e do “governo federal por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura”, informa o material. Sua reinauguração está atrasada: era prevista a reabertura em 25 de janeiro deste ano, mas, devido à pandemia, foi adiada. Agora, a visitação estará restrita a 40 pessoas por vez a cada 45 minutos.

Com curadoria da socióloga e cineasta Isa Grinspum Ferraz e de Hugo Barreto, o conteúdo do novo museu foi desenvolvido com a colaboração de escritores, linguistas, pesquisadores, artistas, cineastas, roteiristas, artistas gráficos, profissionais de vários países de língua portuguesa. Entre eles, estão o músico e ensaísta José Miguel Wisnik, os escritores José Eduardo Agualusa, Mia Couto, Marcelino Freire e Antônio Risério, a atriz cantora e poeta Roberta Estrela d’Alva e o documentarista Carlos Nader.

Durante os dez anos em que funcionou, entre 2006 e 2015, o museu (uma ideia original do antropólogo Roberto Pinho em 1994; leia a respeito no texto abaixo) revelou-se um sucesso extraordinário: foi visitado por quase 4 milhões de pessoas e sua concepção foi destaque em todo o mundo.

A reforma renovou a museografia, incorporando novas questões de identidade e diversidade (a assimilação forçada dos indígenas, por exemplo, ao idioma colonizador), mas foram mantidos os conceitos estruturantes do projeto original do museu (a língua portuguesa e sua história como objetos vivos, em interação com a história dos seus falantes); os aperfeiçoamentos foram feitos a partir da análise das experiências de uso, fluxo do público e aspectos de gestão durante seus dez anos de funcionamento.

QUEM INVENTOU O “PARQUE DE DIVERSÕES DA LINGUAGEM”

Em 1994, como parte das celebrações dos 500 anos do descobrimento do Brasil pelos portugueses, o governo federal promoveu o tombamento da região no sul da Bahia que abriga o cenário do descobrimento. Na ocasião, em Porto Seguro, o antropólogo baiano Roberto Pinho publicou, numa espécie de livro-catálogo do projeto de tombamento intitulado O Brasil Renasce Onde Nasce, um breve texto que continha o esboço da ideia original:

“Museu da Língua Portuguesa – Um grande museu de recursos audiovisuais, didático, alegre, repleto de situações envolventes, que levará o leigo ao conhecimento da história da nossa língua. Como e onde nasceu, como evoluiu, os caminhos que percorreu, as influências que sofreu e as que provocou, as contribuições que recebeu das línguas indígenas e africanas”.

A Fundação Roberto Marinho, que tinha se incumbido da missão de restaurar o velho prédio histórico da Estação da Luz, em São Paulo (e não sabia ainda o que colocaria nele), se interessou pela ideia, e Pinho a liberou para a elaboração. O vice-presidente então era Hugo Barreto, que segue em 2021 à frente do projeto, agora como curador. O conceito fundamental foi desenvolvido pelo antropólogo, historiador e ensaísta baiano Antonio Risério quando passou a assessorar Gilberto Gil como ministro da Cultura, a partir de 2002, no governo Lula. A antevisão de Risério foi a responsável por todo o conceito, elevando a palavra à condição de objeto.

Questões políticas posteriores acabaram turvando esse protagonismo de Risério como o verdadeiro ideólogo do museu, que acabou se tornando um dos mais visitados do País em uma década. Roberto Pinho, que se tornou secretário de Projetos Especiais da gestão Gil, caiu em desgraça após uma denúncia de irregularidades em sua área e posterior afastamento, e Risério e outros colaboradores da gestão de Gil se demitiram em solidariedade, apontando injustiça no caso. Risério, em entrevista a Sergio Cohn, da Azougue Editorial, certa vez falou sobre o processo de elaboração do Museu da Língua Portuguesa:

“Não fui apenas ‘um dos diversos pesquisadores cujos trabalhos serviram de base para a concepção do museu’, como cheguei a ler na imprensa. A concepção do museu é minha. Como bem sabem, aliás, Roberto Pinho, Hugo Barreto, Jarbas Mantovanini, Isa Grinspum Ferraz, o arquiteto Ralph Appelbaum e seus colaboradores. Quando assumi o trabalho, a Fundação Roberto Marinho ainda não tinha uma direção a seguir. Vinha há algum tempo promovendo encontros com intelectuais em São Paulo para discutir o assunto e gravando essas sessões, na tentativa de encontrar um caminho. Peguei e li todo o material dessas gravações. Vi que eram encontros muito interessantes, mas não levariam a lugar algum. Não desembocariam num projeto. As pessoas ficavam teorizando sobre linguagem, filosofando com inteligência e mesmo erudição, mas nunca chegavam a pensar objetivamente na configuração efetiva de um equipamento público específico: o museu da língua portuguesa. Então, o trabalho de recuperação do prédio da Estação da Luz, feito por Paulo e Pedro Mendes da Rocha, ia às mil maravilhas, mas não se tinha ideia do que seria colocado lá dentro. Me concentrei, portanto, na resolução dessa questão. Como ponto de partida, o museu não deveria ser intelectualista, nem populista – e tinha de fascinar. A história linguística e cultural de cada hábito e de cada palavra é capaz de prender a atenção das pessoas mais variadas. Contaríamos, ainda, com as línguas indígenas e africanas, com as línguas das ‘migrações secundárias’, como o japonês, o italiano etc. Mas não se tratava de criar um centro dessas línguas e sim um espaço, criativo e luminoso, do português do Brasil, o mais importante país da chamada ‘comunidade lusófona’. A língua portuguesa nasceu nos largos e generosos campos do discurso vulgar, da fala plebeia, da prática oral da língua, e não do texto escrito, douto. E começou a se transfigurar na língua mestiça brasileira a partir do seu encontro com outros sistemas linguísticos altamente complexos e estruturados, de origem ameríndia ou africana. O museu não poderia perder isso de vista. Além disso, deveria acionar as mais avançadas tecnologias da inteligência e buscar o máximo de processos interativos. Tinha de ser uma vitrine, um show room da palavra, onde mesmo etimologias fossem trabalhadas plasticamente. Etc. Expus essas coisas a Roberto Pinho e ao pessoal da Fundação Roberto Marinho. Eles se animaram. Começaram as reuniões com o Ralph Appelbaum, o arquiteto que projetou, entre outras coisas, o planetário de Nova York. Um sujeito que gosta de saber das coisas com toda a clareza e que faz mil perguntas. Nessa época, eu morava em Brasília, no hotel Melià. Ao fim de uma reunião lá no hotel, o Ralph me perguntou: ‘O senhor quer uma Real Academia da Língua Portuguesa?’. Respondi: ‘Não, isso já existe. O que eu quero é um parque de diversões da linguagem’. Falei do planetário novaiorquino. Ele sorriu e disse: ‘Sei, você quer um ‘linguatarium’ do português brasileiro’. Fiquei, então, de aprofundar e desenvolver as ideias. E escrevi um texto relativamente longo, de umas 40 páginas, intitulado Estação da Luz da Nossa Língua. Foi a partir desse texto que Appelbaum e seus colaboradores começaram a viajar. Chegamos então ao nome da socióloga e cineasta Isa Grinspum Ferraz para coordenar o trabalho. E definimos nomes de especialistas para colaborar no projeto. A essa altura, indignado com uma conduta absurda de Gilberto Gil, rompi com o ministro e me afastei do ministério. Mas não abandonei o projeto. Apenas passei para a clandestinidade. A Fundação Roberto Marinho temia que, se eu continuasse abertamente, viessem retaliações por parte do Ministério. E elas vinham vindo. Então, passei a atuar sob a capa de uma empresa paulista da Isa Ferraz, a Texto e Imagem. E prossegui. Escrevi textos para a montagem da ‘grande galeria’, sugeri que a mesa tecnológica fosse usada para jogos etimológicos, criei o argumento para o audiovisual do auditório etc. Pintou até a parceria com Arnaldo Antunes, que soa na entrada do museu. E é uma coisa bem simples, palavras de diversos idiomas que entraram no português do Brasil ou de línguas existentes no país, como o ianomâmi. Em resumo, esta é a história”.

Acima, primeiro esboço da ideia do Museu da Língua Portuguesa, por Roberto Pinho

Conheça as novidades do Museu da Língua Portuguesa

(conforme roteiro da Secretaria de Cultura e Economia Criativa)

PREMIÈRE

O 1º andar do Museu é dedicado às exposições temporárias. A mostra de abertura, “Língua Solta”, relaciona a língua portuguesa à arte, exibindo 180 peças que vão desde mantos bordados por Arthur Bispo do Rosário até uma projeção de memes do coletivo Saquinho de Lixo. Cartazes de rua, cordéis, brinquedos, revestimento de muros e rótulos de cachaça se misturam a obras de artistas como Mira Schendel, Leonilson, Rosângela Rennó e Jac Leirner, entre outros.

EXPOSIÇÃO DE LONGA DURAÇÃO (2º e 3º andares)

2º andar – Viagens da Língua. Experiências:

Línguas do Mundo

Em uma das novas experiências do museu, 23 mastros se espalham pelo hall do 2º andar, cada um com áudios em um idioma. São saudações, poemas, trechos de textos e canções em gravações feitas por falantes de português, espanhol, italiano, alemão, francês, inglês, russo, hindi, grego, armênio, farsi, árabe, ídiche, mandarim, japonês, coreano, turco, yorubá, quimbundo, quéchua, guarani-mbyá, yanomâmi e basco. As línguas foram escolhidas entre as 7.000 existentes no mundo segundo os critérios de seus laços com o Brasil – principalmente pela imigração – ou por representarem diferentes regiões do mundo e suas famílias linguísticas.

Laços de Família

O tema das várias línguas do mundo e sua organização em famílias segue pela parede do corredor da Rua da Língua. Um diagrama animado desenvolve-se para mostrar a evolução da família indo-europeia, da qual o português faz parte, e o parentesco entre grupos linguísticos.

Rua da Língua

A instalação que se estende por toda a Grande Galeria teve seu conteúdo todo renovado. Para convidar o visitante a refletir sobre a linguagem na vida urbana contemporânea, as telas “se transformam” em paredes, murais, outdoors. Como nas ruas das cidades, ali surge a poesia-relâmpago dos fragmentos verbais eruditos e populares: expressões, provérbios, pichações, poemas, propaganda, inscrições anônimas da grande cidade, em desenhos surpreendentes.

São criações de artistas como Augusto de Campos, Arnaldo Antunes, Guto Lacaz, Felipe Grinaldi, Fábio Moraes, GG (Susto), Mana Bernardes e Coletivo Bijari, a partir da consultoria especializada de José Miguel Wisnik e Antonio Risério, com roteirização de Wisnik e Leandro Lima, com trilha sonora original de Alê Siqueira e Cid Campos.

Beco das Palavras

Uma das experiências que se mantiveram no museu, com tecnologia renovada. Nas mesas interativas, o público deve formar palavras, descobrindo, de forma lúdica, a origem das palavras da língua portuguesa e os mecanismos secretos com que nossa língua pode sempre se renovar. A consultoria é do linguista Mário Viaro.

Palavras Cruzadas

Um dos principais espaços expositivos do museu desde sua inauguração, também teve sua tecnologia multimídia renovada. Oito totens interativos com recursos audiovisuais e painel explicativo expõem as influências das principais línguas e povos que contribuíram para formar o português do Brasil. A navegação pode ser feita por palavra, descobrindo sua forma e pronúncia na língua de origem, ou por povos, investigando sua cultura, tradições e sua chegada no Brasil.

O Português do Brasil

A Linha do Tempo da língua passeia por diferentes períodos históricos – desde o Império Romano e o Mundo Árabe, passando pelas grandes navegações, influências indígenas e africanas até questões atuais – através da combinação de diferentes recursos expográficos, como vitrines com objetos, textos, depoimentos de especialistas, mapas animados, vídeos históricos e obras literárias.

Nós da Língua

A instalação Nós da Língua Portuguesa, novidade na exposição e que amplia a presença da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) no museu, tem duplo objetivo. De uma parte, mostrar a presença estabelecida da língua portuguesa no mundo: o idioma é falado hoje em cinco continentes por 261 milhões de pessoas. De outra, mapear suas novas movimentações.

Foi concebida a partir de textos e consultoria de especialistas e escritores como o angolano José Eduardo Agualusa e o moçambicano Mia Couto.

Na instalação audiovisual, os pontos em comum e a diversidade que marcam a língua portuguesa no mundo são reveladas através de três eixos: o intercâmbio entre os povos com o mesmo idioma; a ruptura dos colonizados com a língua dos colonizadores; e a invenção, com as trocas que enriquecem a língua até hoje. O visitante navega pelos diferentes rostos e sotaques; imagens históricas; conflitos; paisagens; culturas e formas de comunicação que compõem as identidades dos países.

3º andar – O que quer e o que pode essa língua. Experiências:

Falares

Falares é como a língua se expressa nas falas do Brasil, nos territórios, nos corpos – nas gírias, na fala dos mais velhos, na linguagem das ruas, nas rezas, nas brincadeiras das crianças. É uma das novas experiências audiovisuais do museu – com consultoria de Marcelino Freire e Roberta Estrela d’Alva, roteiro e direção de Tatiana Lohman.

Nove grandes telas verticais – que retratam anônimos e famosos, como a cartunista Laerte – alegorizam um tipo de “bosque” de falares, mostrando a diversidade do português brasileiro, suas variações geográficas e socioculturais. O visitante passeia por entre as telas e depoimentos. Uma estação multimídia oferece aos visitantes um acervo dos falares do país, depoimentos sobre a língua e explicações de especialistas.

O Que Pode a Língua

No auditório, o público é convidado a mergulhar em um filme poético sobre o desenvolvimento da linguagem e seu poder criador, concebido e dirigido por Carlos Nader.

Praça da Língua

A Praça da Língua, espécie de “planetário do idioma”, homenageia a língua portuguesa escrita, falada e cantada em um espetáculo imersivo de som e luz.

Concebida por José Miguel Wisnik e Arthur Nestrovski, traz músicas, poesias, trechos literários e depoimentos em língua portuguesa – de Carlos Drummond de Andrade a Dorival Caymmi, passando por Fernando Pessoa, Nelson Rodrigues e Lamartine Babo -, interpretados por nomes como Maria Bethânia e Matheus Nachtergaele e promovendo encontros insólitos, como o de Augusto de Campos com a dupla de emboladores Caju e Castanha.

Museu da Língua Portuguesa. Estação da Luz (Praça da Luz, s/n, portão 1, Bom Retiro, São Paulo). Abertura para convidados no dia 31 de julho e para o público no dia 1º de agosto. Terças a domingos, das 9h às 18h. 20 reais (grátis aos sábados). Ingressos pela plataforma Sympla.com.br.

 

 

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