Tel Aviv em Chamas ri da guerra sem fim

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Cena de Tel Aviv em Chamas
Cena de Tel Aviv em Chamas - Foto: Divulgação Samsa Film - TS Productions

Tel Aviv em Chamas foi atropelado no seu lançamento no Brasil por causa da pandemia do novo coronavírus, o que não deixa de ser um sacrilégio. Disponível no serviço de streaming do Belas Artes à la Carte (com aluguel a 9,90 reais), a comédia permite rir sobre o intrincado conflito palestino-israelense, na quase totalidade das vezes presente apenas no pesado noticiário internacional. 

Salam (Kais Nashef) é um assistente de direção convertido em improvável roteirista de uma novela televisiva chamada Tel Aviv em Chamas. A trama em metalinguagem envolve uma fictícia história de espionagem que antecedeu a real e sangrenta Guerra dos Seis Dias, em 1967. Na novela, uma infiltrada palestina, Manal (Lubna Azabal), se passa por “Rachel” e seduz o general israelense Yehuda (Yousef Joe Sweid). Certo dia, ao voltar para Jerusalém vindo do estúdio de gravação em Ramallah, Salam é parado pelo controle de fronteira e precisa dar explicações ao oficial de segurança Assi (Yaniv Biton). O militar israelense se entusiasma ao descobrir que está diante do roteirista da novela que sua mulher adora. Ele acredita ter o poder de mudar o destino da novela.

A sátira de Sameh Zoabi serve como uma provocação entre os mundos real e imaginário, um como reflexo do outro. Embora a novela não esconda uma agenda anti-sionista, o filme que a retrata faz uma autocrítica sobre os dois lados desse conflito interminável. Em um dado ponto, o roteirista explica que a história não pode ser mais reescrita. Tel Aviv em Chamas teve uma carreira bem-sucedida, incluindo os prêmios de Melhor Filme e Melhor Ator na mostra Orizzonti do 75º Festival de Veneza.

Tel Aviv em Chamas. Comédia de Sameh Zoabi. No Belas Artes à la Carte, 100 mins.

 

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