Patrimônio da música brasileira, a maranhense Alcione, 72 anos, constrói o novo Tijolo por Tijolo com 14 sambas compostos especialmente para ela, por autores da geração Fundo de Quintal e outros como Roque Ferreira, Altay Veloso e Paulo César Feital, Edil Pacheco, Telma Tavares, Paulinho Rezende e Toninho Geraes, Salgado Maranhão… No geral, o disco segue a rota que Alcione tem trilhado há muitos anos, de fundir o samba “de raiz” ao pagode romântico, com pendor para o segundo lado.

Na seara romântica, há Fascínio, Alto Conceito (uma resposta ao Esse Cara Sou Eu de Roberto Carlos), Não Dá Mais e Feito Traça. Entre os sambas mais animados, há Tijolo por Tijolo, Meu Universo, Em Barco Que Navega Malandro Não Navega Mané, a latina Realeza, Teu Calor. Faixa épica é “O Homem dos Três Corações (Pelé)”, que Alcione interpreta com paixão entre citações não só a Pelé e ao futebol, mas também aos artistas de jazz, a Radamés Gnattali, Tom Jobim, Oscar Niemeyer, Pixinguinha, Cândido Portinari… O samba de roda Santo Amaro É uma Flor, do baiano Edil Pacheco, celebra a cidade de Santo Amaro da Purificação e os domínios de Dona Canô. A balada Lençóis encerra o disco com uma homenagem ao Maranhão e aos Lençóis Maranhenses.

Não há algo potente como a bem-humorada Meu Ébano, de 2005, ou como o clássico Não Deixe o Samba Morrer (do disco de estreia, de 1975). Mas há O Samba Ainda É, que tenta atualizar o manifesto sambista de 1975: O samba já foi/ o samba ainda é/ o samba ainda é o samba/ samba, voz de todo brasileiro/ ilumina esse terreiro.

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