Eu não entendo o seu vício em café.
Eu não entendo as diferenças entre os cafés.
Eu sinto muito por não ter um cheiro tão bom quanto um café.
Eu tenho vergonha de nunca acertar o ponto do seu café.
Às vezes, eu tenho medo de me queimar te servindo um café.
Às vezes, você gruda em mim como café.
Eu acho engraçado dizer “passar café”.
Quando estou exagerado, eu digo que quero ser o coador do seu café.
Quando estou apaixonado, eu penso na água quente que transforma pó em café.
Eu me esforço para não te dar sono.
Eu me esforço para ser quente como o seu café.
Eu me esforço para ser tão forte quanto o seu café.
(…) Trecho da poesia “Café“, de Herácliton Caleb
A Companhia dos Solilóquios, idealizada em 2018, apresenta até domingo, no Centro Cultural da Diversidade, em São Paulo, a peça Café, um espetáculo de teatro jovem que aborda a difícil transição dos mundos jovem para o adulto. A montagem circulou no ano passado no Centro Cultural São Paulo, na SP Escola de Teatro e no Sesc 24 de Maio.
Com direção e dramaturgia de Bruna Vilaça, a peça toma como ponto de partida a poesia Café, de Herácliton Caleb, um jovem escritor e ator. Em seus versos, Caleb utiliza os vários sentidos do café (do preparo ao gosto) para traçar metáfora de um relacionamento entre dois jovens rapazes (Gabriel Galante e Weslley Nascimento). Eles se conhecem em um… café de uma avenida central da cidade, começam um namoro e vivenciam esse amor, entre altos e baixos (Eu acordo tarde todos os dias para evitar a hora do café). O texto ainda reflete sobre questões de sexualidade e relações homoafetivas, o que pode ser muito útil para a conexão entre pais e filhos que vivenciam esse tema dentro de casa.
Café. Com a Companhia dos Solilóquios. No Centro Cultural da Diversidade (Rua Lopes Neto, 206, Itaim Bibi, em São Paulo), dias 14, 15 (às 21 horas) e 16 de fevereiro (às 19 horas). Ingressos a 20 reais.
