No palco, a pernambucana Karina Buhr tem a explosão típica de uma roqueira. Vestindo roupas escuras, botinas pesadas e grandes correntes no pescoço, ela se entrega nas canções, dança de um lado para o outro e parece que a qualquer momento vai se lançar em um fantástico mosh para a multidão. Não é isso o que os frequentadores do exclusivo Clube Manouche, no Rio, vão ver nas apresentações de 27 e 28 de setembro.
Em Voz e Tambor, nome do show, Karina Buhr estará acompanhada apenas do guitarrista Regis Damasceno, e de alguns instrumentos de percussão: congas, ilú, alfaia, pandeiro, xequerê e ganzá. Despindo-se da verve roqueira, a cantora incorpora nestas apresentações um lado que valoriza a força de suas letras, como em Selvática, Pureza de Menino e Amaralina (composta em sua fase no Comadre Fulozinha). Entre uma canção e outra, ela recitará poesias de seu livro Desperdiçando Rima (Rocco, 2015).
É apostando nesse novo formato que Karina Buhr se apresenta para o público do Clube Manouche, que tem se destacado por shows intimistas, para cerca de 100 pessoas, na parte baixa do restaurante Casa Camolese, no Jardim Botânico no Rio. O local é frequentado pela elite carioca. No local já se apresentaram Maria Bethânia, na estreia de Claros Breus, Angela Ro Ro, Arrigo Barnabé, Bebel Gilberto, Letrux e Ana Cañas. No show de Karina Buhr, o intimismo se revela na força do ijexá, ritmo que desenvolveu durante os afoxés em Pernambuco.