Passei no lugar meio por acaso e parei para amarrar o sapato.
Tinha essa placa no chão e fiquei curioso.
Descobri que estava diante da cena de uma das maiores barbaridades que o mundo já experimentou: aqui nesse lugar, em 24 de junho de 1973, alguém colocou fogo num bar gay e matou 32 pessoas deliberadamente.
Na placa estão os nomes dos jovens assassinados. Fica a algumas quadras do Rio Mississippi.
A policia recusou-se a investigar. O cardeal arcebispo de New Orleans não quis pronunciar-se nem rezar missa. As famílias de alguns dos meninos não quiseram receber as cinzas.
Uma barbárie puxa outra.
O que diz a placa: depois do crime, surgiu o movimento de Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros da Louisiana.
Foi há 42 anos, mas nunca ouvi falar de um atentado tao grande contra as liberdades individuais.
Acredito que esse caso de New Orleans deveria ser conhecido e estudado e espalhado para que aqueles assassinatos sirvam como uma advertência para o perigo do preconceito.
Creio que, no Brasil atual, com Eduardo Cunha e outros facínoras da politica, já começamos a sentir o perigo de que um crime dessa amplitude contra a humanidade seja visto com naturalidade.

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Jotabê Medeiros, paraibano de Sumé, é repórter de jornalismo cultural desde 1986 e escritor, autor de Belchior - Apenas um Rapaz Latino-Americano (Todavia, 2017), Raul Seixas - Não diga que a canção está perdida (Todavia, 2019) e Roberto Carlos - Por isso essa voz tamanha (Todavia, 2021)

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