
O nascimento de um festival de música merece aplausos antes mesmo de os shows acontecerem. Quanto mais palcos artísticos no país, melhor. E em se tratando de um evento que se propõe a dar espaço para jovens bandas indies a iniciativa ganha uma relevância maior. A primeira edição do Coala Festival, realizado no sábado (15) em São Paulo, cumpriu o que prometia.
Criolo, principal atração do festival, e Tom Zé foram generosos em fechar e intermediar os shows das bandas 5 a Seco, Charlie e os Marretas, O Terno e Trupe Chá de Boldo. Sem eles, dificilmente a plateia teria se deslocado até o Memorial da América Latina. E foram milhares de jovens de 20 e poucos anos, muitos deles tendo um primeiro contato com os grupos da cena independente brasileira.
Os organizadores Guilherme Marconi e Gabriel Andrade, ambos de 23 anos, afirmaram que a estratégia adotada era usar a força de atração de Tom Zé e Criolo para que um público maior também conhecesse os “novatos”. As bandas indies, embora já estejam na estrada há algum tempo, estão lançando seus primeiros ou segundos discos, e costumam tocar em palcos para não mais que 2 mil pessoas. No Coala Festival, o público deve ter sido de três a cinco vezes maior – não havia a PM ali para chutar um número.
Não menos performático foi Criolo, que cantou seus maiores sucessos, a maioria deles acompanhados pela plateia, e proferiu seus discursos igualitários. Há três anos, o esqueleto do hype se formou em torno do rapper da periferia paulista. Já não existe mais “o cara certo, no lugar certo, na hora certa”. Criolo é rei para os jovens burgueses que foram ao Coala Festival. Muitos até pararam a (insuportável) conversa com os amigos para apreciar o show, o que não aconteceu nas outras apresentações.
Acostumados a assistir megaeventos em que os chamados “line-ups” abundam de cantores e grupos internacionais, entrecortados por bandas ou músicos nacionais que servem apenas para preencher o espaço, os jovens podem contar com o Coala Festival como um novo espaço de valorização da cena independente do país. Até os DJs capricharam nas suas participações, tocando de Tim Maia, Noriel Vilela, Sidney Magal a Originais do Samba.
“Criolo é rei pars JOVENS BURGUESES”. Oi ??
Para*