Um cientista cria, em seu laboratório num castelo, uma criatura com pedaços de pessoas e sangue de animais. Título: Frankenstein de Almodóvar.

Victor Frankenstein, no filme de Almodóvar, também vive sozinho com seu mordomo, que também é sua mãe, e com a criatura que idealiza. Gênio, esse cara.

No Frankenstein de Almodóvar, a conclusão é a mesma de Mary Shelley: apesar de tudo, o “monstro” teimará em manter a humanidade.

O Frankenstein de Almodóvar tira sarro das nossas convicções mais arraigadas, e dos preconceitos. Mas ele também tem o seu, contra a favela – o personagem Zeca, pilantra, assassino e estuprador, vem da favela, é claro. E o Carnaval, para completar o moralismo etnocêntrico, é o cenário perfeito para o nevoeiro da pilantragem e da traição.

Almodóvar homenageou Laranja Mecânica, de Kubrick, na cena do lenço na boca e o estupro da mulher que fazia yoga. Almodóvar foi longe demais.

Tenho por hábito ver os filmes só depois de muito tempo do hype, e nunca leio nada a respeito. Alguém disse por que esse A Pele que Habito, de Almodóvar, é genial? E por que não é? Poderiam me recomendar uma resenha bacana?

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Jotabê Medeiros, paraibano de Sumé, é repórter de jornalismo cultural desde 1986 e escritor, autor de Belchior - Apenas um Rapaz Latino-Americano (Todavia, 2017), Raul Seixas - Não diga que a canção está perdida (Todavia, 2019) e Roberto Carlos - Por isso essa voz tamanha (Todavia, 2021)

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