a polícia chega perguntando por jimmy jazz.
“ele não está, mas já esteve”
“ele não está, ele disse que saiu”
“sattamassagana for jimmy dread”

the clash, rock fundamental para abençoar os que vivem nas rebarbas e nas bordas.
que hoje é preciso oração, nem que seja a torta oração de um power trio de rock.

hoje li num grande jornal que o clube militar não está gostando do cerceamento à liberdade de imprensa no brasil.
foram ouvir os militares para ver o que eles acham da liberdade de expressão?
estava nos três últimos parágrafos.
eu confesso que achei esquisito, talvez a notícia mais esquisita da estação.
então os militares acham que podem contribuir com a liberdade de imprensa?
com o estado de direito?
com a saúde das instituições?
podem garantir que haja um escândalo por dia nos jornais e ainda assim o país olhar para adiante e caminhar resoluto?
os militares podem garantir que os mais bem pagos colunistas possam exercer seu direito de crítica durante 2.920 dias consecutivos?
podem garantir que intelectuais contrariados possam chamar de médici e mussolini o governante eleito?
que governos estaduais possam boicotar, sem punição, políticas públicas de saúde por melindres políticos?
se os militares acham que podem mais que isso, então faz sentido os repórteres baterem na porta da caserna.
confesso que não entendi.

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Jotabê Medeiros, paraibano de Sumé, é repórter de jornalismo cultural desde 1986 e escritor, autor de Belchior - Apenas um Rapaz Latino-Americano (Todavia, 2017), Raul Seixas - Não diga que a canção está perdida (Todavia, 2019) e Roberto Carlos - Por isso essa voz tamanha (Todavia, 2021)

3 COMENTÁRIOS

  1. para virar o jogo precisam 5 milhões de votos. começa a se revelar um outro país. mais maduro. hoje picharam a bienal pelo arrisionamento dos urubus e nenhum artista protestou contra a proibição da instalação pró-dilma.uma artista que perguntei disse que aquilo não é obra de arte é um comitê político. afinal não é "arte e politica"? os curadores da bienal se comportam estranhamente. acho que vão se dar mal.

  2. O que fizeram com a obra do Jacoby na Bienal não tem outro nome: CENSURA.
    Parece que os curadores cederam a pedido de um patrocinador grande.
    O silêncio de artistas e curadores só mostram o quão relativa que eles consideram a liberdade de expressão. O silêncio na mídia, para mim, é vergonhoso.

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