hey!, dos pixies, é uma das minhas músicas preferidas de todos os tempos.
um dia, anos atrás, estávamos em cianorte, cidade de onde eu escapuli lá no paraná, num boteco com música ao vivo.
o cara cantava djavan e engenheiros do hawaii e lulu santos e bruno e marrone, e nós bebíamos feitos loucos.
éramos eu, meu irmão jack, meu irmão marcelo firefighter e os amigos deles que moram numa chácara em terra boa.
um dos amigos dos meus irmãos dormiu na mesa.
aí o cantor dizia: “alguém aí quer pedir uma música?”.
e eu pedia flaming lips, pedia dexys midnight runners, pedia foals, whatever, pedia qualquer coisa que achasse que ele nunca tinha ouvido falar só para humilhar, estava cruel e arrogante como todo bêbado.
e aí ele veio com essa de novo: “alguém aí quer pedir uma música?”
e eu gritei: toca HEY, dos pixies!!!
ele sorriu, pegou a guitarra e tocou sozinho HEY!
tocou HEY! divinamente.
meus irmãos riam e me jogaram cerveja ao final da música.
ainda consigo ver o rosto de satisfação do cantor enquanto ferrava esse velho fdp aqui…

“Arquitetura é o que você faz dela enquanto a observa; pensou que ela estava
na pedra cinza ou branca? ou nas linhas dos arcos e das cornijas?
Música é aquilo que desperta de você quando os instrumentos se lembram de
vocês.”

walt whitman, em folhas de relva, na tradução de rodrigo garcia lopes.

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Jotabê Medeiros, paraibano de Sumé, é repórter de jornalismo cultural desde 1986 e escritor, autor de Belchior - Apenas um Rapaz Latino-Americano (Todavia, 2017), Raul Seixas - Não diga que a canção está perdida (Todavia, 2019) e Roberto Carlos - Por isso essa voz tamanha (Todavia, 2021)

2 COMENTÁRIOS

  1. Me lembro de cena igual, aí eu, bebaço, só lembrei de Wish You Were Here e o maluco, depois de dúzias de pagode mauricinho, mandou uma versão que merecia até registro. Incrível!

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