o relógio do anão, pista que conduz sherlock ao assassino

um sherlock atormentado pelo próprio poder de dedução (assim como o jornalista pode ser atormentado pela mania de editar em sua cabeça até conversas familiares).
um sherlock viciado em barbitúricos e outras porcarias (como, aliás, é o sherlock original de conan doyle).
um sherlock bom com os punhos – não pela força, mas pela capacidade de antecipar os ataques e radiografar os pontos fracos de todo adversário.
um sherlock ambíguo, refém de uma deliciosa pilantra e que faz de refém de sua vontade o melhor amigo, um watson dândi.

o novo sherlock holmes, sem cartola, barba por fazer e desalinhado, caminha pelo underground de londres, que não difere muito do underground da praça roosevelt de hoje.
por sinal, é o primeiro filme que recomendo ao marião assistir quando deixar o hospital daqui a alguns dias, tenho certeza que ele vai chapar.

sherlock holmes é a grande matinê da temporada, no nível do primeiro indiana jones.
efeito especial só de vez em quando, e com propósito.
a trama é clássica: o homem da lógica, sherlock, se defronta com vilões do misticismo e da mistificação numa londres pré-industrial.
assisti hoje de manhã e garanto: é diversão estupenda.
com robert downey jr. e jude law, e dirigido pelo ex de madonna, guy ritchie (aliás, o que ele fez com a material lady? no letterman, ela disse essa semana que prefere que um trem passe por cima dela a casar de novo).

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Jotabê Medeiros, paraibano de Sumé, é repórter de jornalismo cultural desde 1986 e escritor, autor de Belchior - Apenas um Rapaz Latino-Americano (Todavia, 2017), Raul Seixas - Não diga que a canção está perdida (Todavia, 2019) e Roberto Carlos - Por isso essa voz tamanha (Todavia, 2021)

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