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da “carta capital” 533, de 18 de fevereiro de 2009.

MANSIDÃO APÓS A TEMPESTADE

Brasil Afora (EMI) chega com pinta de ser o primeiro disco em que Os Paralamas do Sucesso realmente descarregam o peso das costas e soltam os ombros desde o acidente sofrido por Herbert Vianna, em 2001. Suas linhas condutoras são o descompromisso e a alegria, quase o tempo todo.

E o trio faz o que costuma fazer quando é hora de soar “para cima”. Mergulha em reggaes, levadas baianas influenciadas pelo parceiro Carlinhos Brown (Sem Mais Adeus) e pops na linha do ensolarado projeto Tribalistas, de Brown, Marisa Monte e Arnaldo Antunes (de 2002). Nesse diapasão destaca-se, sobretudo, A Lhe Esperar, de Antunes e Liminha. Outra veia que salta é a da nordestinidade, certamente trabalhada por Herbert, nascido paraibano tal e qual o convidado especial de Mormaço, o bardo Zé Ramalho.

O rock permeia cada detalhe, como de praxe, e só força mão pesada na faixa-título, quase ao final da jornada. Não chega a doer, pois logo em seguida vem Tempero Zen, o momento mais suave e elegante do CD, a despeito da leve semelhança com o nervosismo roqueiro da banda The Doors. Quem não sonha em se ver/ compreendido e perdoado,/ ver seus erros e tropeços/ como equívocos explicados?, pergunta Herbert com voz segura, demonstrando que não apenas a alegria é a prova dos noves. – POR PEDRO ALEXANDRE SANCHES

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A inglesa Lily Allen surgiu como integrante da claque das cantoras que interessam à mídia mais pelos escândalos que produzem que pela música que fazem. Tão rebelde e desenfreada como Britney Spears e Amy Winehouse, não deixa de merecer certa má fama musical, a bordo de situações como o mal-ajambrado show que fez aqui no Brasil. Mas, se costuma oferecer carne e carniça fartas de bandeja à mídia fofoqueira, Lily em contraponto entrega material pop de qualidade em seu segundo álbum, It’s Not Me, It’s You (EMI). Não é só que são divertidas faixas como Not Fair e Fuck You. Por vezes choronas, as letras revelam uma artista tão confusa e pontuda quanto as encrencas em que se mete, mas bem mais lúcida e cortante do que faria supor a estrelinha do “jornalismo de celebridades”. – PAS

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