a máfia da merenda escolar tinha metas ambiciosas: quanto menos comida no prato de uma criança, mais pontos ganhava o “operador”.
teve lugar que bateu recordes: menos de 100 gramas de comida em cada refeição.
uns quatro feijões saltadores.
criança pobre não vota, reza o manual do político inescrupuloso.
de férias, pude acompanhar: foi o SP TV que começou a mostrar os desmandos dessa gangue do PFL que ocupa hoje a administração da maior cidade da américa latina.
depois, os jornais diários também enxergaram a barbárie (mas foi apenas um cartunista, angeli, que viu o tamanho da maldade; nenhum cronista indignado teve tempo de ficar indignado com isso).
o prefeito kassamba negava malversação, inicialmente. mas depois, apanhado em flagrante, demitiu a subchefe da gangue.
o programa leve leite, programa de campanha eleitoral, só entregou metade do prometido.
os uniformes escolares só chegam um mês depois de iniciadas as aulas.
CEUs prometidos em campanha são entregues sem piso, sem telhado, sem equipamento.
severino cavalcanti, prefeito de joão alfredo (pe), não faria pior.
saímos da prefeitura de são paulo e vamos ao governo estadual.
1,5 mil professores da rede estadual tiraram ZERO em uma prova para testar se sabem o que ensinam para seus alunos.
e estão de volta às salas de aula.
professores mal pagos, mal preparados, mal treinados.
a despeito disso, no ano passado, páginas inteiras de jornal foram ocupadas com anúncios gigantescos do governo serra sobre a excelência de seus planos para a educação.
depois ninguém sabe explicar porque são paulo tem um dos mais baixos índices de aproveitamento escolar do país.
o excelentíssimo sr. secretário de cultura escreve no jornal para cagar regra, dizer como é que se deve fazer uma política de cultura para o FUTURO.
ato contínuo, cortam-lhe 30% do orçamento e ele nem reclama.
afinal, para fazer a virada cultural uma vez por ano, é só baixar os cachês, não é mesmo?
parece uma marcha orquestrada para arruinar gerações.
paraisópolis em chamas, sem programas afirmativos.
a cidade alagada diuturnamente.
anúncios milionários mostram um mundo de faz-de-conta.
a mentira e a empulhação estão sempre em campanha.
agora estão pensando grande, querem mais.

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Jotabê Medeiros, paraibano de Sumé, é repórter de jornalismo cultural desde 1986 e escritor, autor de Belchior - Apenas um Rapaz Latino-Americano (Todavia, 2017), Raul Seixas - Não diga que a canção está perdida (Todavia, 2019) e Roberto Carlos - Por isso essa voz tamanha (Todavia, 2021)

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