e aí eu copio uns trechos do editorial-noticiário da “revista da música brasileira” número 6, de março e abril de 1955, e aí você me diz se você acha que tá tudo assim tão diferente (se lembra quando a gente?…), ou que ainda somos os mesmos (minha dor é perceber…) e vivemos como nossos pais e avós… negócio fechado?

1
“Êste número corresponde aos meses de Março e Abril. A falta absoluta de papel na praça do Rio de Janeiro, obrigou-nos a essa medida. Os assinantes, no entretanto, não serão prejudicados, pois contamos as assinaturas pelos números enviados, e não pelos meses. A situação já está no momento regularizada e esperamos que tal não venha a acontecer outra vez.”

2
“Esta REVISTA precisa de publicidade para viver, como tôda e qualquer revista. Avisamos, no entretanto, que a publicidade que inserimos é em forma de anúncio. Não aceitamos reportagens e fotografias pagas. Fazemos esta declaração aos nossos leitores e a quem possa interessar, para que não se repita o caso de certo diretor de publicidade de conhecida gravadora que nos propôs um anúncio com a condição que a capa viesse com o retrato do cantor X e, no texto, uma reportagem de duas páginas com a cantora Y. Não, isso não fazemos. As capas, as fotografias e os textos que publicamos não tem nenhum interêsse financeiro. Focalizamos os artistas que merecem nosso interêsse e o dos leitores, e não nos prestamos ao papel de simples propagandistas de artistas muitas vêzes ‘inventados’ pelos golpes e artimanhas já muito comuns em nosso meio.”

p.s. 1: a “revista da música brasileira” (cuja coleção completa acaba de ser facsimilada num livrão de quase 800 páginas, pela editora bem-te-vi em parceria com a funarte) durou mais oito números depois do que conteve esse noticiário-editorial, e encerrou sua passagem de cometa pela história da música e do jornalismo brasileiro em setembro de 1956, com uma capa dedicada a orlando silva.

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