Um estudo conduzido pelo Observatório da Fundação Itaú, divulgado esta manhã de quarta-feira, 26, mostra que a economia criativa brasileira ganhou 287 mil novos postos de trabalho em 2023 e fechou o ano com 7,8 milhões trabalhadores ativos. Essa expansão de emprego é de 4%, o dobro dos 2% registrados na economia como um todo no ano passado. É o maior número de postos de trabalho desde 2012 (quando começou a série histórica acompanhada pelo Observatório) – foram criados, em 2023, 577 mil postos de trabalho, 287 mil postos a mais no segmento em comparação com 2022.
O maior crescimento ocorreu nos empregos formais, de 3%, com 4,9 milhões de trabalhadores ocupados. A remuneração média no segmento é de R$ 4.500,00 mensais (ante R$ 3.000,00 mensais no total da economia). O estudo também mostra que raça e gênero impactam decisivamente nos ganhos: homens brancos têm salários 3 vezes maiores que mulheres pretas na economia criativa. São Paulo é o estado que mais emprega trabalhadores da economia criativa, com 2,6 milhões de postos no 4º trimestre de 2023, seguido por Rio de Janeiro (736 mil) e Minas Gerais (723,6 mil).
Analisando-se apenas a área da cultura (economia criativa engloba os segmentos de moda, atividades artesanais, indústria editorial, cinema, rádio e TV, música, desenvolvimento de software e jogos digitais, serviços de tecnologia da informação dedicados ao campo criativo, arquitetura, publicidade e serviços empresariais, design, artes cênicas, artes visuais, museus e patrimônio), o estudo mostra um crescimento percentual ainda maior, de 6% (43 mil postos a mais e 770 mil profissionais empregados atualmente no setor).
As áreas que mais criaram postos de trabalho na economia criativa foram as de Design (29%), Música (24%) Desenvolvimento de Software e Jogos Digitais (18%) e Gastronomia (16%). Entre as que mais perderam postos de trabalhos, a área editorial lidera, com menos 8% das vagas entre o 4º trimestre e o mesmo intervalo de 2023 (redução de 23,5 mil postos de trabalho no período). A área de artes cênicas
também registrou perda de vagas: -6%, o que representou 3,3 mil postos a menos no intervalo.