A presidente Lula sancionou nesta quinta-feira, 22, o Dia Nacional do Brega, que passa a ser comemorado, anualmente, todo dia 14 de fevereiro (data de nascimento do maior nome do gênero, o pernambucano Reginaldo Rossi, morto em 2013). A adoção da data partiu de uma sugestão da deputada Lídice da Mata (PSB-BA), que defendeu o papel do brega na construção da identidade cultural do Brasil. “O brega é um gênero musical que desempenha um papel fundamental na cultura popular brasileira e merece ser celebrado e discutido devido à sua relevância social, cultural e histórica”, disse a deputada durante audiência para debater o tema. Ela foi apoiada por Pedro Campos (PSB-PE).
“Queria dizer que, 4 anos atrás, eu não tinha nem um prato de comida, não tinha um chinelo, não tinha um calçado sequer. Hoje, graças ao movimento brega, eu sou um empresário, sou cantor e sou conhecido através deste movimento. Então, eu estou muito feliz. Muitas pessoas desacreditaram de mim, mas hoje eu estou aqui em Brasília. Eu nunca acreditei que iria chegar aqui, mas sou um desacreditado que acreditou num sonho, e hoje estou aqui”, declarou o cantor Anderson Neiff, expoente do brega funk, que participou da audiência pública que sacramentou a decisão.
A deputada acredita que a celebração do Dia Nacional do Brega poderá abrir portas para a preservação de seu legado, a promoção de novos talentos e o fortalecimento do orgulho cultural em relação a esse gênero. Em Recife, a expressão é uma realidade: no Novembro Brega, o Galo da Madrugada, o maior bloco do mundo, abraçou o movimento brega, realçando a importância da linguagem. “Eu me chamo Adriana, mas sou mais conhecida como Nega do Babado. Eu estou assim, emocionada, porque estava chorando muito — choro, sim —, porque são 20 anos de carreira”, declarou Nega do Babado em audiência pública. Em seguida, ela cantou um trecho de Milk Shake:
Vai me morder em cima do umbigo
Sinto aquele arrepio, é tão bom
Eu sinto o mel de sua boca, meu amor
Me deixa louca, me faz delirar
Vou chupar no canudinho assim toda manhã.
“A música brega possui raízes profundas na diversidade do Brasil, refletindo as nuances culturais de diferentes regiões do país. Ela se destaca por sua capacidade de conectar gerações, servindo como uma trilha sonora para momentos significativos na vida das pessoas. Além disso, o brega é um importante vetor de inclusão social, proporcionando oportunidades a artistas e músicos talentosos que muitas vezes são marginalizados”, defendeu Lídice.
Também nesta quinta-feira, 22, o presidente Lula sancionou a lei que reconhece o Carnaval de Pernambuco como uma manifestação da cultural nacional.