Iphan troca superintendente no Rio, e historiadora do Exército é nova titular

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O presidente do Iphan, Leandro Grass

O Ministério da Cultura (MinC) exonerou na terça-feira, 28, o Superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) no Rio de Janeiro, o arquiteto Paulo Eduardo Vidal Leite Ribeiro, um ano após sua nomeação. Para o lugar de Vidal, foi nomeada uma servidora ligada à historiografia oficial do Exército brasileiro, Patricia Regina Corrêa Wanzeller. Ela presta serviços à Diretoria do Patrimônio Histórico e Cultural do Exército e também trabalhou no Forte de Copacabana.

Paulo Vidal já tinha ocupado o posto anteriormente. Em 2021, foi alvo de uma denúncia à Controladoria Geral da União, uma acusação de ter contratado uma empresa dos próprios sogros para dirigir projetos e elaborar diretrizes para o Museu Nacional da UFRJ, atingido por um incêndio em 2018. A denúncia partiu por um grupo de deputados do PL, partido de Jair Bolsonaro (cujo governo teve o Iphan do Rio dominado por um grupo monarquista).

Consultado pela reportagem sobre os motivos da troca, o Iphan enviou a seguinte nota, por intermédio de sua Assessoria de Comunicação: “O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) informa que mudanças nos postos da autarquia fazem parte do aperfeiçoamento do processo de gestão, visando a contínua qualificação dos resultados”.   

O Rio (e o Brasil) vive uma ebulição no patrimônio histórico. O reconhecimento do sítio arqueológico Cais do Valongo (que compreende o Centro Cultural José Bonifácio, Cemitério dos Pretos Novos, Cais do Valongo e da Imperatriz, Jardins do Valongo, Largo do Depósito e Pedra do Sal) como Patrimônio Cultural Mundial pela Unesco, em 2017, colocou novas prioridades em evidência nos setores museológicos e histórico-culturais. Pela primeira vez, uma coalizão de organizações negras atua no sentido de fortalecer o território da Pequena África, na região central do Rio de Janeiro. A memória africana e das populações originárias, com o retorno do Manto Tupiniquim da Dinamarca e o tratamento dado ao Acervo Nosso Sagrado, no Museu da República, colocam novos desafios em termos de concepção do valor histórico de coleções e objetos.

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