O presidente Lula e a ministra da Cultura, Margareth Menezes, durante lançamento no Rio das políticas culturais do novo governo, em 2023

A Agência Nacional de Cinema (Ancine) tornou pública nesta quinta-feira, 27, a aprovação da proposta da Secretaria do Audiovisual (SAV) do Ministério da Cultura que destina R$ 20 milhões para projetos de produção de obras cinematográficas de longa-metragem de ficção realizados por mulheres estreantes. A curiosidade é que a quantia foi remanejada de dois editais abortados do antigo governo de Jair Bolsonaro – R$ 10 milhões que seriam destinados para o edital Jogos Eletrônicos, de 2022 (área na qual um dos filhos do ex-presidente, Jair Renan, tinha negócios), e outros R$ 10 milhões de um edital chamado Produção Cultural, ambos contidos no plano de ação do Fundo Setorial do Audiovisual no governo antidemocrático de Bolsonaro.

A nova destinação de recursos para cineastas mulheres atende a determinação de Margareth Menezes, ministra da Cultura, e mostra um realinhamento da Ancine às prioridades do novo governo. Nesta quinta-feira mesmo, o Ministério da Cultura anunciou o lançamento, em São Paulo, amanhã, com a presença da ministra da Cultura, do Edital Ruth de Souza de Audiovisual, com investimento de R$ 20 milhões, que irá selecionar 10 propostas de longas-metragens dirigidos por mulheres estreantes.

O nome do edital homenageia a atriz Ruth de Souza, pioneira no teatro, cinema e televisão. Ruth foi a primeira artista negra a conquistar projeção na dramaturgia brasileira, a primeira a atuar no Teatro Municipal e a primeira brasileira indicada a um prêmio internacional de cinema. A artista morreu em 2019, aos 98 anos. 

Serão R$ 2 milhões para cada um dos 10 projetos de ficção com temática livre e apresentados por produtoras brasileiras independentes. Serão aprovados dois projetos por região do país (Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sul e Sudeste), sendo pelo menos três obras de diretoras mulheres negras (pretas ou pardas) e ao menos duas de diretoras mulheres indígenas. “Nosso objetivo é contribuir para a valorização do protagonismo feminino em novas produções audiovisuais, bem como para a expansão do número de produções dirigidas por pessoas que se autodeclaram negras e indígenas”, afirmou a secretária de Audiovisual, Joelma Gonzaga.

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