Marcos Petrucelli e Sérgio Camargo, número dois e número um da cruzada extremista na Fundação Palmares

O presidente da Fundação Cultural Palmares, Sergio Camargo, nomeou hoje a servidora Fernanda Soares Candeias como gestora da entidade Instituto Plural de Educação e Cidadania Vila Bela, pilotando um projeto de 800 mil reais. Camargo também nomeou a mesma servidora Fernanda Candeias para gerir outra parceria, a Associação Carnavalesca Bloco Afro Obará, de Brasília, em um projeto de 300 mil reais (Camargo já tinha liberado 219 mil para este grupo em novembro do ano passado).

As nomeações de Camargo contrariam decisão da Justiça de Brasília de 11 de outubro de 2021, que o proíbe de fazer gestão de pessoas na fundação. A desobediência enseja uma multa diária de 5 mil reais em caso de descumprimento. A decisão atendeu a uma ação do Ministério Público do Trabalho (MPT), que acusa o presidente da fundação de assédio moral, perseguição ideológica e discriminação contra servidores da instituição.

A decisão que impede Camargo de nomear servidores vinha sendo cumprida até então. Camargo estava se restringindo à edição de despachos e portarias definindo prêmios, editais, distinções e notas públicas. Após saberem do teor da decisão judicial, auxiliares do presidente e ele próprio passaram a ironizar a Justiça. “Falei agora com Sérgio Camargo! A saber 1: por determinação judicial, eu, Marcos Petrucelli, agora sou o gestor de pessoal da Fundação Palmares. Posso contratar e exonerar quem eu quiser, inclusive o próprio Sérgio. A saber 2: NADA VAI MUDAR!!! Sérgio é o presidente!”, bradou no Twitter Marcos Petrucelli, da diretoria colegiada da Palmares e tido como o número dois do presidente da fundação.

O juiz Gustavo Carvalho Chebab, da 21ª Vara do Trabalho de Brasília, tomou a decisão para coibir atos abusivos do presidente Camargo. “Ficou claro para este juízo que o alegado abuso está centrado na gestão de pessoas e na possível execração pública de indivíduos”, escreveu. Camargo tentou recorrer, mas a decisão foi ratificada pela Justiça.

Em rota de choque com olavistas da base bolsonarista, Sergio Camargo está mais isolado que nunca em sua casamata fanática. Tenta demonstrar proximidade com Bolsonaro para se manter no cargo, mas o ano de 2022 anuncia um recrudescimento desses enfrentamentos da extrema direita.

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