A volta do poético Antonio Nóbrega

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Antonio Nóbrega lança o álbum Rima, com show no Sesc Bom Retiro
Antonio Nóbrega, que lança o álbum Rima - Foto Silvia Machado

Sem gravar havia 12 anos, o pernambucano Antonio Nóbrega apresenta Rima, seu novo álbum. É uma obra politicamente poética. Reunindo canções compostas em parcerias com os poetas Bráulio Tavares e Wilson Freire, Rima reverencia a arte da poesia brasileira.  Neste fim de semana, nos dias 18 e 19 (sábado e domingo), Nóbrega apresenta o disco no Sesc Bom Retiro.

No tempo em que deixou de gravar discos (tem 12 CDs e 3 DVDs), Nóbrega se dedicou com a mulher, a atriz e bailarina Rosane Almeida, a construírem espetáculos de dança. Também pode construir a nova sede do Instituto Brincante, em São Paulo. Ao voltar a gravar, os sotaques nordestinos que marcam sua trajetória voltam a surgir em Rima. Mas o que sobressai no álbum é a vontade de politizar seus versos.

Já na canção de abertura Nóbrega invoca a poesia como o “escudo e armamento contra o ódio que cega e silencia” e conclui: Minha voz não silencia porque poeta não cala/ Nem na tranca, nem no tranco, nem no tronco da senzala/ Nem na trama, nem no golpe, nem na mentira quem cala. Faz uma ode, como se fosse um menestrel, a Fernando Pessoa, na música “O Poeta é um Fingidor”.

Nóbrega ousa musicar a morte da vereadora carioca Marielle Franco, em uma canção que não quer se calar: Numa emboscada/ Os seus algozes/ cumpriram os seus planos/ de calar a sua voz/ Os tiros roubaram-lhe a vida, mas não os seus sonhos/ que ecoam em outras vozes. Em ritmo de samba, que invoca “Aquarela do Brasil”, de Ary Barroso, Nóbrega arremata: Brasil, Pátria que te pariu/ Pergunta já à flor da pele/ Quem mandou matar Marielle?

Rima. Com Antonio Nóbrega. No Sesc Bom Retiro, dias 18 (às 21 horas) e 19 (18 horas). Ingressos a 30 reais.

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