Novos Baianos, o musical, é uma ode ao grupo de artistas baianos que compôs discos antológicos, como Acabou Chorare (1972). Quem é fã terá motivos de sobra para assistir ao espetáculo composto por um desfile de canções famosas. Para interpretar Moraes Moreira, Luiz Galvão, Paulinho Boca de Cantor, Baby Consuelo e Pepeu Gomes, foram selecionados 12 jovens e talentosos artistas. Eles cantam e tocam todos os instrumentos, garantindo uma dose extra de empatia com o público a partir dos sucessos Preta Pretinha, Brasil Pandeiro, Mistério do Planeta, A Menina Dança, O Farol da Barra e Tinindo Trincando.
O texto de Lucio Mauro Filho parte do encontro de Galvão com Moraes Moreira, em uma pensão em Salvador, nos anos 1960. É dessa conexão primeira que os demais artistas vão sendo agregados, um a um, até constituírem “uma grande família”. Nos tumultuados anos da ditadura, transitam de cidade em cidade, sempre em busca de uma liberdade que também pode ser chamada de utopia. Os Novos Baianos chegaram a trocar a arte por alguns trocados, apresentando-se na rua mesmo. O grupo se desfez em 1979.
Com direção geral de Otavio Muller e musical de Pedro Baby (filho de Pepeu e a hoje Baby do Brasil) e Davi Moraes (filho de Moraes Moreira), o musical Novos Baianos não aprofunda as histórias do grupo ou de seus integrantes, como se o musical acreditasse que as canções sejam suficientes para compor uma narrativa completa. Mas não deixa de ser um convite afetuoso para celebrar uma banda que ousou viver a vida livremente em um Brasil repressor.